domingo, novembro 29, 2009

Juíze(o)s de valor

Quem mandou escutar as conversas do Sr.Vara, devia levar com varapau!
Ou o Sr.Juíz não estava no seu juízo, ou ajuizou mal!
Que juízo faremos agora dos juízes?

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sábado, novembro 28, 2009

Desígnios

Poderá alguém jurar que os seus desígnios de vida, se é que os teve, se cumpriram ainda que parcialmente?
Seremos nós hoje, o que imaginámos há muitos anos atrás?
Ao olharmos o espelho reconhecemos nele o jovem idealista que já teremos sido ou, antes, vemos a imagem dum estranho encarquilhado pelos anos e pelos desaires duma vida gasta sem sentido e sem deixar rasto, mesmo que peçonhento?
“Retroespectivando-me”, diria que, de certa forma, sou hoje a sombra muito semelhante da que alguma vez imaginei ser.
Quando falo em desígnios não falo em sonhos, claro. Esses jamais se cumpririam e é bom que assim tenha sido e continue a ser. Os sonhos levam-nos a saltar as regras, as conveniências, as expectativas, o que é saudável e faz andar o mundo. Não nos levam normalmente a qualquer lado, mas levam-nos a todos os lados.
Os desígnios, para já não falar dos de Deus, são objectivos concretos que nos propusémos alcançar em tempo útil.
Os meus propósitos quase se cumpriram, com pequenos desvios de rota impostos pelos escolhos que sempre vamos encontrando e que galgamos com maior ou menor dificuldade ou não ultrapassamos de todo.
Uma das minhas intenções mais remotas consistia em sair rapidamente da terra onde nasci e me estruturei emocionalmente. Um intento épico, o saltar para o desconhecido um pouco na senda das descobertas marítimas e daí, porventura, a escolha do meio de o fazer – a Marinha.
Apesar da época conturbada que se viveu nessa altura, acabei por reconhecer o mérito do sacrifício como o preço da vida, bem expresso numa máxima dos Fusos – o suor gasto no treino é sangue poupado na luta.
E as lutas foram muitas para as quais nem sempre me senti treinado e especialmente apto. Mas valeram a pena a maioria delas.
O lutar contra o que quer que fosse que me parecesse injusto, fez-me sempre sentir vivo. Não foi nunca um sonho meu, mas terá sido muito provavelmente um dos meus desígnios.
A vida é luta, com batalhas nem sempre ganhas, mas com vitórias sempre festejadas. Nunca recolhi despojos dessas pelejas, nunca almejei lucros nem ribalta, sempre me senti compensado pelas noites bem dormidas.
Não fui nunca destemido, preocupando-me sempre a segurança de quantos de mim dependiam, mas nunca virei a cara a confrontos, quando necessários ou inevitáveis. Sempre entendi que para os militares a ameaça tem que ser a arma mais eficaz de quantas dispuser.
Nem sempre é a falar que a gente se entende, mas terá sempre que ser esgotada essa alternativa.
Com passagens por África e pelo Oriente marcantes, cumpriram-se alguns dos meus desígnios de descoberta para que apontava na minha juventude. Com uma passagem, ainda que breve, pelo Brasil só me escapou mesmo a América do Norte como destino desejado.
Vi o dealbar dum novo país, sempre adiado infelizmente, mas nem por isso perdi a esperança de que algum dia se descubra e desponte para o maior feito porventura da sua longa História - tornar a vida dos seus filhos um projecto aliciante de futuro.
Espero que as minhas filhas e os netos possam alguma vez retirar da vida a alegria de a viver em harmonia e equilíbrio como me tem sido possível a mim fazê-lo.
E, como destino último provável voltei às origens, cumprindo igualmente outro desígnio mais tarde urdido, consentâneo com uma vida mais calma, mais perto daquilo que me faz sentir vivo e que um dia me roerá os ossos – a terra.

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terça-feira, novembro 17, 2009

Um hábito diferente

Por mais que queiramos enganar-nos, somos uns animaizinhos de hábitos e rotinas.
Um desses hábitos, que para alguns portugueses começa a ser difícil de concretizar, é o da paparoca a tempo e horas.
Pois foi neste contexto habitual que teve lugar o nosso almocinho das segundas terças-feiras de cada mês, no também habitual CMN, rodeados do tratamento respeitoso e de deferência a que eu, por mudança de hábitos, já não estava habituado.
Reunir cerca de vinte convivas mensalmente, dum curso que celebrará no próximo ano cinquenta anos de entrada na Escola Naval, é já rotina certificada.
As rugas e as carecas não são escape para o fulgor duma juventude vivida com a intensidade dos tempos de guerra e dos horizontes alargados pelos oceanos da memória Austral e do Sol nascente.
Relembrar passagens que nos foram caras, não são mancha corporativa nem nódoa culposa de práticas proibidas.
São apenas veículo de transmissão de uma memória colectiva todos os dias insultada por impiedosos diletantes que a pintam da cor da sua vacuidade e cobardia intelectuais.
Portugal, pela Marinha, foi levado aos quatro (cinco?) cantos do Mundo. Disso, só poderemos orgulhar-nos. O que por lá se fez não terá sido muito diferente daquilo que por cá se faz ainda.
Se pensarmos que os Mouros, islamizados ou não, por aqui se quedaram por cerca de oito centénios, os menos de quinhentos anos da nossa passagem pelas Áfricas, Brasis e Orientes, são apenas uma memória mais curta, mas que ainda está viva entre nós.
Negá-la não elimina erros cometidos nem exalta feitos notáveis. Apenas ajuda a apagar o rasto da História que um dia será contada.
Nem os árabes nos levaram de cá o petróleo que não temos, nem nós o trouxemos de África, que o tem, mas ambos deixámos um legado humano e cultural que terá que ser preservado e enaltecido.
Por onde passei, só me deixa pena o que não fiz!

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domingo, novembro 08, 2009

Um legado censurado

Não sendo fã do artista nem da pessoa estranha e confusa que terá sido, aqui lhe presto a minha homenagem por este trabalho espantoso.

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