segunda-feira, agosto 27, 2007

Lixo Cósmico e Cia

Num programa televisivo sobre asteróides, em que se historiava o conhecimento que sobre eles existe, bem como as consequências duma eventual colisão com o nosso planeta, retive dois pontos que me pareceram importantes, de entre muitos que eventualmente o serão também, mas que me não sensibilizaram tanto.
O primeiro, que constituiu para mim uma completa novidade, embora não tenha sido convenientemente explicado o mecanismo, é de que a água de que tanto necessitamos para sobreviver, foi consequência ou teve origem, se quiserem, nos cometas. Embora ainda não cientificamente demonstrado, há suspeitas fundadas de que os aminoácidos responsáveis pela vida, tenham igualmente como pais, os já citados astros errantes do Universo.
A segunda e, talvez, não menos importante certeza é de que não vou morrer eu, nem os meus filhos, nem os meus netos, do impacte dum asteróide com a Terra. Fiquei igualmente descansado pelo facto de ficar a saber que se gastam milhões de dólares a perscrutar o Cosmos, na busca de meteoros capazes de por em perigo a segurança do planeta. De igual modo foi garantida a existência de tecnologia capaz de interceptar a trajectória dos ditos asteróides e alterá-la de forma a não ter como destino o planeta azul.
Mas, e há sempre um mas, parece ninguém do mundo científico ter dúvidas de que nos próximos 50.000 anos, se antes a estupidez humana o não acelerar, as espécies superiores, incluindo o Homem, desaparecerão da face da Terra, na sequência de um ou vários impactes de asteróides.
Função da sua massa e da velocidade de que vêm animados, que os faz incandescer à entrada na atmosfera terrestre, os meteoros viram bombas de potência e efeitos devastadores, que tudo farão desaparecer da face da Terra, talvez com excepção dos insectos, bem numerosos e protegidos por couraças, alguns deles.
O Homem terá que esperar, a partir daí, que a teoria evolucionista o volte a colocar neste mundo, onde eventualmente já pode ter estado e desaparecido, por um mecanismo destes.
Será que Deus, se existe, morrerá também junto com o Homem, ou quedar-se-á por cá, atento a eventuais variantes Darwinistas?

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quinta-feira, agosto 23, 2007

Transgenicando

Nada acontece por acaso. Nem os OGM’s nem os protestos. Quem se lixa? Normalmente, o mexilhão.
E o mexilhão tinha nome e era algarvio. Logo, muitos “turistas” a participar e muitos turistas a ver.
Não foi bem a tomada de Silves aos mouros, mas bem poderá ter sido a tomada de Silves aos transgénicos.
Numa banda da blogosfera, a propósito deste assunto e da polémica que se lhe colou, li uma frase que não resisto a reproduzir, não só por que é uma forma curiosa de dizer não aos transgénicos mas, e sobretudo, porque explica só por si, toda a contorvérsia em causa - Sai uma dourada grelhada, alimentada a farinha de milho manipulado geneticamente com genes de "louva a deus"? Fresquinha !PAra mim não ! (sic)
Confesso que para mim também não e o problema é apenas por causa da “louva a deus”.
Já viram o que é viver o resto da vida a pensar que posso ter introduzido no meu genoma esse tal de gene do bicho referido e cada vez que me lembrar, daquilo que já me vai esquecendo, esse pensamento transformar-se no pesadelo do macho da “louva a deus”, que cada vez que copula é de seguida morto pela fêmea satisfeita?
Já me chegam as minhas limitações e por essa razão, digo não aos OGM’s!

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quinta-feira, agosto 16, 2007

Aconteceu na Igrejinha

Sabem onde fica? Procurem no mapa! Para lá disso! Atrás do Sol posto, depois de ter deixado os camelos a beber ali ao Rato, onde outros já beberam em tempos, e ter atravessado o deserto.
Pois bem, ia eu a dizer que aconteceu o inacreditável numa terra pacata por natureza, onde as coisas costumam acontecer só nas Telenovelas. Pois é! Mas não foi assim!
Num dos café-restaurante da localidade teve lugar a Festa da Cerveja. Mudando a tradição que manda beber vinho e do bom, nesta região abençoada pelo sol quente, que põe açúcar bastante nas uvas e as carrega com aromas que se sentem no palato ao degustar estes néctares que por aqui se produzem.
Houve então festa da cerveja, porque há emigrantes que chegaram, que vêm cheios de sede e com alguns francos suíços no bolso que é preciso aliviar. A festa foi ao bom estilo pimba, com música de pular o pé, barulhenta que chegue e que faça suar para que a cerveja corra célere pelas goelas dos convivas.
E correu. Abundantemente! A par dos “shots” com que os mais jovens se julgam a entrar na Europa pela onda do absinto quente e doutras bombas com nomes inapropriados que me inibo de reproduzir, por desnecessários. Correm mais o risco de entrar nas urgências dos hospitais do que na tal de Europa. Mas enfim!
Já a noite ia alta, quando a banda fez um intervalo e foi anunciado o prato forte do festim – o “striptease” - com dois artistas vindos especialmente da “Linha”, para ali se descascarem.
E espanto meu! No meio do Alentejo das “saias” e dos cantos de grupo arrastados, da gente tisnada pelo Sol, de mãos calejadas e a cheirar a suor, nesse Alentejo de cartaz, aparece um homem a despir-se, com cuecas fio dental, a cheirar a “Davidof” e a bambolear-se para gáudio do gineceu presente e assobios da clientela androceica. Depois ela, de mamocas “montadas” no crescente mercado das clínicas do silicone, redondinhas, cabeleira abundante com extensões importadas da Índia e registos capilares diminutos nos locais mais recônditos, estilo bigode de Hitler, de design apropriado. Do lado direito, correndo do umbigo para a virilha, uma tatuagem que a distância e a fraca luminosidade do local não deixaram avaliar em termos artísticos. E lá se esforçou por dar uns requebros, com alguma sensualidade conseguida. Não tanto quanto a Kim Bassinger nas “Nove semanas e meia”, mas ainda assim, bastante bem para o meu gosto e da restante parceirada masculina. Parece que houve repetição mais tarde e com outros condimentos mais picantes, que já me não foi dado assistir, pelo adiantado da hora. Não dá para acreditar!

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domingo, agosto 12, 2007

Ideias? Não obrigado!

O Verão tem destas coisas. Dá “lazeira”(lazera, em alentejanês), ou seja, preguiça. Apetece “giboiar”, mandriar, isto é, fazer coisa nenhuma.
Por isso não tenho aparecido, não tenho dito nada porque não há nada para dizer. Ou talvez haja, mas não apetece.
Apetece ficar a sentir a brisa fraca escorrer entre os cabelos molhados para da evaporação resultar algum fresco para o corpo, já que para as ideias nada existe que as refresque e revigore.
O país é parco de ideias e no Verão as coisas agravam-se. Eu, não quero destoar. Para ter algum sossego, já que ter ideias dá um trabalhão desgraçado e cria problemas dos diabos com as autarquias, com os ministérios, enfim com tudo e com todos.
Não vale a pena. Mais vale mandriar. Deixar que os governantes tenham umas férias merecidas. Que descansem e que também não venham com mais ideias. Chega de ideias do governo! Estamos fartos delas!
Há muito tempo que os alentejanos usam a calmaria e a serenidade para resolver os seus problemas e o Alentejo nunca se queixou, até chegarem os idiotas da “fast food”, do “do it now”, com a mania que as coisas têm que ser feitas rapidamente. Até o dormir tem que ser a correr, porque tem que haver mais do que um emprego para sobreviver.
E depois, queixam-se que não há gente nova. Claro! Não há tempo para a fazer! A não ser no autocarro, no metropolitano ou no elevador!
Parece que finalmente a Europa descobriu o Alentejo e fala-se nessa de “Slow Down”, ou seja, fazer as coisas com cabeça tronco e membros. Pensadas, discutidas nos prós e contras e implementadas com a participação de todos, sem correrias nem anseios desmesurados.
Eu diria, à alentejana!

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quinta-feira, agosto 02, 2007

Jovens e artistas

Ser jovem é só por si uma benesse que o tempo vai alterando de forma indelével e que há viver com intensidade e alegria.
Se a isso se juntar o gosto pelas artes visuais ou qualquer outro género artístico que nos ponha em contacto íntimo com o mundo que nos rodeia duma forma que não é facultada ao comum dos mortais, penso que está meio caminho andado para se atingir a perfeição.
Daí a tornar-se dono do mundo vai apenas um pequeno espaço a percorrer.
Só que existe um sem número de candidatos ao título, pelo que há que preparar este passo de forma tão rigorosa, tão cuidada, tão esmerada, que a maior parte chega a velho sem o ter conseguido.
Mas não se arrependam os nossos jovens artistas de a isso aspirar.
Seria tão mau como um político, de que partido seja, não desejar tornar-se primeiro-ministro deste país.
Um conselho eu dou a esses promissores génios da cultura e da política. Não desistam! Pintem paredes, dos vossos quartos de estudantes, dos quintais dos vizinhos, das praças públicas, porque não do Parlamento.
Deixem marca da vossa passagem pelo mundo, colorida, apaixonada, revolucionária, de alguma maneira reflexo da vossa juventude, da vossa irreverência.
Os outros, os normais e confessos aceitadores de novos valores, estéticas e humanismos, sem artes nem jeito para essas andanças, a esses, só lhes restam duas hipóteses: ou vos colocam num pedestal ou não têm outro remédio senão limpar a merda que vocês vão deixando pelo caminho.
Abraço solidário.

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