quinta-feira, agosto 16, 2007

Aconteceu na Igrejinha

Sabem onde fica? Procurem no mapa! Para lá disso! Atrás do Sol posto, depois de ter deixado os camelos a beber ali ao Rato, onde outros já beberam em tempos, e ter atravessado o deserto.
Pois bem, ia eu a dizer que aconteceu o inacreditável numa terra pacata por natureza, onde as coisas costumam acontecer só nas Telenovelas. Pois é! Mas não foi assim!
Num dos café-restaurante da localidade teve lugar a Festa da Cerveja. Mudando a tradição que manda beber vinho e do bom, nesta região abençoada pelo sol quente, que põe açúcar bastante nas uvas e as carrega com aromas que se sentem no palato ao degustar estes néctares que por aqui se produzem.
Houve então festa da cerveja, porque há emigrantes que chegaram, que vêm cheios de sede e com alguns francos suíços no bolso que é preciso aliviar. A festa foi ao bom estilo pimba, com música de pular o pé, barulhenta que chegue e que faça suar para que a cerveja corra célere pelas goelas dos convivas.
E correu. Abundantemente! A par dos “shots” com que os mais jovens se julgam a entrar na Europa pela onda do absinto quente e doutras bombas com nomes inapropriados que me inibo de reproduzir, por desnecessários. Correm mais o risco de entrar nas urgências dos hospitais do que na tal de Europa. Mas enfim!
Já a noite ia alta, quando a banda fez um intervalo e foi anunciado o prato forte do festim – o “striptease” - com dois artistas vindos especialmente da “Linha”, para ali se descascarem.
E espanto meu! No meio do Alentejo das “saias” e dos cantos de grupo arrastados, da gente tisnada pelo Sol, de mãos calejadas e a cheirar a suor, nesse Alentejo de cartaz, aparece um homem a despir-se, com cuecas fio dental, a cheirar a “Davidof” e a bambolear-se para gáudio do gineceu presente e assobios da clientela androceica. Depois ela, de mamocas “montadas” no crescente mercado das clínicas do silicone, redondinhas, cabeleira abundante com extensões importadas da Índia e registos capilares diminutos nos locais mais recônditos, estilo bigode de Hitler, de design apropriado. Do lado direito, correndo do umbigo para a virilha, uma tatuagem que a distância e a fraca luminosidade do local não deixaram avaliar em termos artísticos. E lá se esforçou por dar uns requebros, com alguma sensualidade conseguida. Não tanto quanto a Kim Bassinger nas “Nove semanas e meia”, mas ainda assim, bastante bem para o meu gosto e da restante parceirada masculina. Parece que houve repetição mais tarde e com outros condimentos mais picantes, que já me não foi dado assistir, pelo adiantado da hora. Não dá para acreditar!

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