domingo, fevereiro 28, 2010

A Perenidade da Escolha

Imagem daqui
Tudo na vida parece mudar, por vontade nossa, doutrem ou por sortilégio do destino.
Assim podemos apaixonar-nos mais do que uma vez, casar-nos e descasar-nos, podemos alterar o conhecimento que temos do mundo ou das coisas, as amizades, os desejos, os sonhos, o modo de vida, a cara, a identidade, a cor dos olhos, o sexo e as formas de o praticar, a conotação política, a fortuna e o azar. Podemos sofrer ou alegrar-nos. Rir e chorar.
Podemos até mudar de religião, de país e de nacionalidade.
Podemos optar por viver ou deixar de o fazer.
Mas só não podemos, que eu saiba, mudar de clube.
É escolha temporã que perdura por toda a vida. Não há nela lógica, ambição, segundas intenções. Há ligações primárias com a cor das camisolas, com o enquadramento psicológico no momento da escolha. Há certamente influências familiares, de amizade e de companheirismo, mas há sobretudo a sensação de livre escolha, coisa impossível de sentir no resto da vida.
Não nos foi possível escolher o país onde nascemos, a língua que falámos em primeiro lugar, o berço onde desde logo nos deitaram. Muito poucos conseguiram influenciar a escolha da escola que frequentaram ou não, da profissão escolhida, tantas vezes apenas como a saída possível.
Mas raramente encontramos quem diga que é deste clube ou daquele por vontade do pai. Muitas vezes pertencem a clubes que disputam entre si a maioria das escolhas, tipo Benfica e Sporting.
O Clube é o Sol que nos ilumina! Aqui não há vira-casacas!
Diria que a par do genoma que nos define biologicamente, que não é escolha nossa, só o clubismo que nos define como membros dum determinado grupo é igualmente perene e, este, por escolha nossa!

Etiquetas: ,

2 Comments:

Blogger platero said...

Ora muito bem

Eu é que tenho que mudar do Belenenses. Basta de masoquismo

abraço

28/2/10 22:11  
Blogger JR said...

Quer-me lixar a estatística?
Então mude.
Abraço

28/2/10 23:14  

Enviar um comentário

<< Home