quarta-feira, março 17, 2010

O Sobe e Desce


Não se trata de preços, porque esses não descem nunca. Trata-se do nível de riqueza dos portugueses. Aí, sim! É um verdadeiro sobe e desce. Desce a qualidade de vida e o poder de compra e sobe o endividamento.
Mas atenção que não é para todos! As crises nascem porque são necessárias ao mundo dos negócios. O capital torna-se mais caro e, portanto quem tem que o comprar deixa lá o couro e o cabelo.
O dinheiro que deveria ser um bem social, tornou-se o mais abjecto dos instrumentos de tortura social.
As deduções ao IRS baixaram ou extinguiram-se, logo os impostos subiram. Os salários são congelados, o que significa que o poder de compra desceu. O número de funcionários públicos vai descer, o que significa que o tempo de espera e de resolução dos problemas nas repartições públicas vai subir.
Enquanto as preces se elevam aos Céus, de lá abate-se sobre elas a ira divina.
Todos os dias desce o número de trabalhadores nas empresas e sobe em flecha o número de desempregados que engrossam os encargos sociais com subsídios de emprego e muitas vezes nem isso.
Parece que de facto só os números interessam. As pessoas, não. Essas que se lixem!
Isto dos países serem habitados por pessoas é de facto uma chatice.
Chamem-se os economistas e os financeiros e logo se ouve dizer-lhes que isto só se cura se descerem os salários e subir o desemprego, para que as empresas possam subsistir e engordar, não tendo que aturar as reivindicações dos sindicatos.
Os lisboetas já conhecem este sobe e desce de há muito - junto à estação do Rossio, ou nos elevadores de Santa Justa, da Glória, do Lavra ou da Bica.
Mas qualquer dia, nem para esses sobes e desces há dinheiro que chegue.

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