sexta-feira, março 05, 2010

O Cabo das Tormentas

"Eu sou aquele oculto e grande Cabo
A quem chamais vós outros Tormentório,
Que nunca …. "
Lusíadas, Canto V, Est.L

Todos temos o nosso Cabo das Tormentas, que tentamos dobrar com maior ou menor dificuldade.
A bolina cerrada a que me obrigo, neste momento, não sei se dará para o conseguir num só bordo.
Tentarei a manobra de virar em roda se a tanto for obrigado, mas prefiro sempre manter o vento de amura, enfrentando a procela, mesmo que me imponha vários bordos.
Retorno aqui à minha frase de apresentação do blogue – dai-me a rota mais difícil e percorrê-la-ei. Não, agora, com os meus companheiros de bolina, porque é uma rota solitária, sem destino certo e com escolhos.
Navegarei por rectas de direcção e distância, tentando manter proa firme ao Sol Nascente.
Evitarei fundos esparcelados e manter-me-ei atento aos odores do alecrim, dos coentros e da alfazema.
Resistirei à tentação do azeite e do alho e desconhecerei a obstinação do pão de trigo.
Um dia chegarei e beberemos e decilitraremos.
O Cabo das Tormentas é também o da Boa Esperança.

Etiquetas:

2 Comments:

Blogger José Cruz said...

Hás-de dobrar o teu Cabo da Tormentas, seja virando por davante seja em roda. Depois de passado, transformar-se-à com certeza no da Boa Esperança.
Um abraço.
N Cruz

16/3/10 15:26  
Blogger JR said...

Das duas três: ou o dobro a ele ou ele me dobra a mim!
Obrigado pela refrega!

17/3/10 11:05  

Enviar um comentário

<< Home