Um outro olhar sobre o Rio

Lisboa passou a ser desde muito cedo o coração deste País que se atreveu a enfrentar as iras do Mar Oceano desconhecido e temeroso. E tudo se fez a partir do Tejo, que constituía rada perfeita e segura contra ventos e intempéries e possuía largo e fundos adequados para demanda e manobra.

Rio de uma só margem, por ela se enfeitiçou e nela derramou o odor do manjerico e a cor do Sol poente, numa aguarela de luz e som, que nos acalenta a alma e embeleza o olhar.

O fado que se escuta pelas vielas, que os rufiões transportam no seu andar gingão e na voz rouca das imprecações que os precedem, afoga-se no Rio com as mágoas do amor traído e os arranhões da alma, ferida pelo ciúme.
Tudo o Rio lava e branqueia como em barrela.
Tudo o artista deixa na tela, num espectáculo feito de luz e amor.
(Aguarelas de Martins Pereira, edição da Transtejo)
Etiquetas: Pintura com letras
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