quinta-feira, julho 09, 2009

O Sopro

Regressei ao meu companheiro de férias Haruki Murakami, desta vez numa estória de amores fatais e impossíveis, com personagens estranhas, situações e ambiências esotéricas muito ao seu gosto e passagens obrigatórias pelo jazz, de que é um conhecedor e apaixonado.
Também neste aspecto as férias têm sido profícuas com leituras variadas e interessantes. Tem sido o que se chama tirar a barriguinha de misérias.
Não que a falta de tempo me limite as leituras noutras ocasiões, mas falta-me a disposição. A leitura requer
uma serenidade e paz de espírito que só as férias me conseguem fazer alcançar. Não sei explicar as razões, mas normalmente estou mais virado para actividades físicas como a caça, a pesca, a jardinagem, o cuidar do pomar, além de outras actividades complementares todas a puxar para o físico.
As férias, apesar de partilhadas com os netos, dão-me alguma margem de manobra para ler, contemplar, repousar o espírito e o corpo.
Outra das vantagens das férias é o repouso de ver televisão também. Temos a nossa vida condicionada e muitas vezes espartilhada por construção própria. Vamo-nos deixando enredar por obrigações que criamos e que temos de desembrulhar de vez em quando para nos podermos ir mexendo. O vício da televisão é um deles, o do computador é outro que não consigo descolar por mais que tente.
Vou ter um dia destes de me isolar num local onde não haja corrente eléctrica. Quando acabar a bateria não terei mais possibilidade de o utilizar por uns tempos. Só deste modo poderei fazê-lo.
Ele funciona para mim como um pulmão. Por ele respiro e por ele sopro!

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