sexta-feira, março 20, 2009

Dia do Pai

No Dia do Pai, um pai terá sido condenado a prisão perpétua por mau exercício enquanto tal.
Não existem escolas de pais. Eles têm que aprender por si a gerir a complexidade que é a vida daqueles que puseram cá neste mundo e que não têm culpa nenhuma disso.
Hoje, olhando para trás, tenho a sensação de que, apesar da ausência forçada que me impediu acompanhar parte importante da infância das minhas filhas, as coisas não me terão saído mal de todo. Pelos resultados, digo eu. Pessoas equilibradas com vidas equilibradas, num mundo desequilibrado.
É claro que este é sempre um trabalho partilhado por todas as partes intervenientes no processo – o pai, a mãe, as filhas, a envolvência.
Hoje em dia quase que é mais relevante na educação dos filhos o mundo que os rodeia do que propriamente o ambiente caseiro, onde quase nunca ninguém se encontra.
Horários de escola, de trabalho, de actividades extraescolares desencontrados, refeições e sonos rápidos. Os pais passam mais tempo nos seus empregos do que em casa, os filhos passam mais tempo fora do que em casa.
É aí, fora, que quase tudo acontece. O divórcio entre pais e entre pais e filhos. Os pais cada um para seu lado, os filhos sem saber para onde se virar.
Cada um com a sua dose de solidão sobre os ombros, quando a isto se não juntam outros pesos e pesadelos.
Mas como pai bem sucedido tenho que dizer que com filhas destas é muito fácil ser-se pai.
Neste Dia do Pai saúdo as filhas que tenho!

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2 Comments:

Blogger CaCo said...

Podemos ser umas boas filhas... Agora quanto aos equilibradas, há dias melhores que outros...
;))

22/3/09 17:00  
Blogger JR said...

Os filhos são como nós os vemos e não como eles se vêem!

24/3/09 13:42  

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