sábado, março 14, 2009

Cortiça - Flutuando sobre a crise

Flutuando no tempo e nas aplicações, a cortiça descobre novos horizontes e abre novas áreas de negócio e de mercado, adaptando-se às mudanças tecnológicas e resistindo à concorrência doutros materiais.
Menos poluente no processo de recolha e transformação, com uma duração invejável, a sua utilização remonta aos primórdios civilizacionais e parece projectar-se para lá de todas as expectativas.
Outra vantagem desta matéria-prima reside no facto de não ser necessário o sacrifício da árvore para a sua extracção, permitindo ainda a coabitação com outras formas de exploração agrícolas, pecuárias e cinegéticas, rentabilizando o espaço de plantio.
Depois de ter sido esquecido e maltratado durante anos, o montado começa agora a ser recuperado de forma mais ou menos equilibrada.
A maior consciência que vai sendo criada entre os agricultores no aspecto de preservação da natureza, incluindo solos e seu revestimento vegetal, leva-os já a substituir lavouras profundas por limpeza arbustiva dos montados, renovando a vitalidade que lhes ia faltando o que permitirá num futuro próximo a sua reabilitação, melhorando a qualidade da cortiça.
Cortiça, que tem um aproveitamento total, sem quaisquer desperdícios. Até agora, a sua maior utilização residia na manufactura de rolhas e revestimentos. No entanto, o seu uso projecta-se já na integração em compósitos industriais de aplicações variadas e muito mais abrangentes, abrindo-lhe as portas do futuro. (Vidé National Geographic – Portugal de Março 2009)
O Alentejo pode ajudar a debelar a crise com uma gestão equilibrada dos seus recursos. É com alegria que hoje se encontram em número crescente montados limpos, com cobertura vegetal controlada por exploração pecuária apropriada em espécies e número.
É bom que Portugal saiba manter este bem patrimonial tradicional, que tão bem tem resistido à erosão do tempo e das más práticas florestais.

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