quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Finalmente o Sol

Imagem daqui

Radioso sobre um céu azul como a alma dum nortenho, reflectindo, nas poças da chuva recente, cambiantes de verde e amarelo, num festival de luz e cor.
Os raios inclinados do Sol têm música saudando a chegada das primeiras andorinhas, têm ritmo e movimento das máquinas sangrando a planura encharcada, no preparo da terra para as culturas de Primavera.
Carraceiros e bibes ondulando por cima dos tractores, enfeitando a faina, na busca de minhocas e outros vermes expostos na arada.
As caras se abrindo como que saídas dum pesadelo de névoas e sombras, de tumbas e círios, do crocitar de corvos e gralhas.
A mão em concha sobreciliar protegendo da crueza da luz o cristalino, buscando horizontes mais largos, a esperança longínqua.
A vida retempera-se da dormência a que foi obrigada e, alheia aos discursos dos políticos, parte em busca duma réstia de futuro.
Hoje, sim! Finalmente o Sol, embora em véspera de sexta-feira, 13.

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