sábado, janeiro 17, 2009

O Crepúsculo Vespertino

Uma correria, um ver se te avias à procura da estrela que está para “nascer”.
A Bombordo, a Estibordo, pela Proa, à Popa...nada.
Não há horizonte nem estrelas. Está tudo nublado. Só, de quando em vez, se conseguem vislumbrar alguns planetas, sem brilho nem luz própria que gravitam à volta do Deus Sol Todo Poderoso, que os ofusca ou ilumina a seu belo prazer. Tão depressa parecem acender-se para logo se apagarem, como pontas de cigarros já fumados.
E, quando algum se atreve, logo uma nuvem negra lhe desvanece a ousadia.
Os próprios sextantes têm as lunetas desfocadas pela ansiedade e nervosismo militante de quem os usa. Nada de bom se enxerga com eles para além da ponta do nariz.
A marcha do cronómetro foi alterada para o emparelhar pela hora ilegal do Relógio de Sol. Ainda que se conseguissem as alturas dos astros, a posição não seria fiável nem segura.
O ponto assim tomado, não serviria nunca para guinar para rumo safo de escolhos nem para aterragem de jeito a porto seguro.
Mais vale manter a estima e adiar a guinada. O crepúsculo matutino ainda demora, mas vai chegar.

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