domingo, janeiro 04, 2009

Ano da Opinião

Tenho tido grande dificuldade em arranjar disposição para escrever o que quer que seja.
Com tudo o que se passa à nossa roda, não se pode dizer nada que não esteja impregnado desse mal-estar envolvente, dessa ameaça atroz que sobre nós todos paira e nos amofina e ensombra.
Já não bastava a crise, para nós coisa intrínseca e rotineira, como agora o espectro duma guerra que sobre nós se abate e que nos entra pela porta dentro como um "reality show", às horas mais impróprias com as imagens mais brutais e chocantes.
Que poderei dizer a um neto que me pergunta o porquê destas coisas? Como poderei dissuadi-lo de ver programas TV violentos e aliciá-lo a ter do mundo uma visão de fraterna e responsável partilha?
Como poderei fazê-lo entender que os protagonistas desta contenda estão apoiados pelas superpotências e pelos seus mentores espirituais e religiosos?
Como explicar-lhe que um dos beligerantes está usar meios desproporcionados e práticas semelhantes às usadas contra si pelos agressores nazis na 2ªGrande Guerra, que criaram na opinião pública mundial uma onda de solidariedade que condenou e derrubou esse regime brutal?
Que dizer-lhe da passividade e inocuidade do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que não consegue ir além de um blá, blá, blá conivente?
Desculpem-me a indisposição para dizer e desejar coisas bonitas neste novo ano tão mal começado!
Fica a impressão de que estão todos interessados em resolver rapidamente e sem tréguas um assunto pendente, antes que a opinião pública, sobretudo a americana, possa ser alterada a partir da tomada de posse do novo presidente eleito.
Segundo as palavras deste, os Estados Unidos só têm um Presidente. Tudo bem!
Esperemos que não tenham apenas uma opinião.

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