quinta-feira, setembro 18, 2008

A Cor do Dinheiro

Imagem daqui
O negócio dodinheiro tem duas caras como o feijão-frade. Sou sempre cliente, quer eu empreste dinheiro ao banco ou o banco mo empreste a mim.
No primeiro caso, faço-o sempre por um juro muito mais baixo do que acontece no segundo. Porquê? Porque eu preciso sempre mais e mais depressa do dinheiro do que o banco. Porque quando tenho dinheiro não o posso guardar em casa, por falta de segurança.
Apesar de, como cliente, ter sempre razão, a maior parte das vezes que tento chamar a atenção ao meu banco para a forma como me trata e como usa indevidamente o meu dinheiro, raramente sou bem sucedido, sou bem atendido, para não dizer que mal tratado algumas vezes.
Afinal, o dono do dinheiro sou eu, isto é, somos nós que ali o colocamos na esperança de que o faça crescer incentivando investimentos rentáveis para mim, para ele e para nós todos.
Quando lhe peço contas ou quando quero pagar uma dívida que tenho para com ele, faz ouvidos de mercador, vai atrasando o reembolso antecipado, vai-me penalizando com juros crescentes.
Afinal qual é o meu papel? Sou cliente? Sou dono do dinheiro? Sou dono da minha vontade de saldar dívidas? Ou sou somente um boneco de Santo Aleixo esperando a altura de lhe puxarem o cordelinho para entrar em cena?
O dinheiro tem cor mas só numa das faces, a que está virada para o lado do banco.

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