domingo, agosto 03, 2008

Se o calor que a gente sente, cá dentro...

Sem que nada o fizesse esperar, hoje o dia aqueceu de forma brutal, com os termómetros na Igrejinha a beijarem os 40ºC. Em Lisboa, apesar do céu limpo, a temperatura era muito mais amena, porque corria uma aragem fresca de Norte.
Estas alterações bruscas no tempo promovem o desconforto e, nalguns casos, doenças. Este é, no entanto, o tempo próprio da época. Não é por acaso que a maioria dos portugueses ainda opta por gozar férias em Agosto.
Cá por mim não me importo muito do calor desde que tenha possibilidade de me refrescar. Mas por quanto tempo é possível desfrutar de banho diário e doutras mordomias de arrefecimento e higiene?
Contrariamente àquilo que é voz corrente, não me parece que por cá se tenham feito sentir grandes alterações climáticas, tanto quanto a minha memória me permite avaliar. No entanto, as condições de vida é que se alteraram de forma drástica, tornando-nos a todos muito mais gastadores de recursos energéticos e hídricos, pondo em risco a nossa própria sobrevivência.
O ciclo da água está comprometido, tanto na forma de chuva que arrasta consigo as poeiras tóxicas e gases ácidos, que irão contaminar as florestas e os terrenos de cultura, como depois nos lençóis freáticos e finalmente nas captações de água para consumo doméstico.
Ao aquecermos mais o ambiente com os gases de escape das viaturas, das chaminés das fábricas estamos a aumentar a evaporação da água, desumidificando os solos. Por outro lado, com o buraco do ozono, deixamos a atmosfera mais permeável às radiações solares que, implacavelmente, nos irão atormentar a existência.
Talvez isto seja a forma da Natureza se auto-regular, fazendo com que morramos mais depressa e em maior número, para gastarmos menos recursos naturais e repor dessa forma o equilíbrio que desfizemos.
As pestes resolviam grande parte deste problema. Hoje com as vacinas, a assistência médica e medicamentosa aumentando a longevidade, a coisa ficou preta.
As guerras aparecem assim como outra forma de reequilibrar essa balança natural. Se acontece com os outros animais, porque não havia de acontecer com o bicho-Homem? Os pacifistas não avaliam bem o custo da paz, se comparado com o da guerra!
Os sistemas de segurança social são incapazes de responder com eficácia às solicitações cada vez mais prementes dos idosos, dos inválidos, dos sem-abrigo, dos desempregados, dos refugiados, dos clandestinos.
Uma guerra resolve grande parte destes problemas pela raiz.
Esta conversa toda a partir do calor que se faz sentir. Naturalmente, também ela é fruto desse calor.
Refresquem-se, pois, se puderem!

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