quinta-feira, agosto 21, 2008

No Pódio da Memória


Hoje assistiu-se a uma situação insólita nos Jogos Olímpicos de Pequim. Não foi a medalha do Nelson Évora, porque essa estava mais ou menos nas expectativas, senão nossas, pelo menos dos seus antagonistas na peleja.
Mas dizia eu, que aconteceu o impensável. Duas equipas dos E.U. das estafetas de 4x100m, masculinas e femininas, falharam a passagem do último testemunho comprometendo em ambos os casos a sua qualificação para a final e de certeza para a medalha de ouro. Quantas horas terão treinado? Quanto terá custado a sua preparação? Foi mau para a competição, foi para os atletas, foi mau para a comitiva norte-americana que contava com mais essas duas medalhas na bagagem.
Mas será que o Chefe da Delegação se demitiu? Não creio. E porque haveria de o fazer? Também não enxergo.
O que aconteceu com a Naide Gomes é em tudo semelhante a uma passagem errada do testemunho. O quarto lugar a um ponto de diferença da medalha de bronze na vela do Gustavo Lima, parece-me brilhante embora o próprio preferisse naturalmente ficar na terceira posição ou na quadragésima quarta, já que esta tem um sabor muito amargo.
E os atletas do remo? E os atletas da marcha? Entendo que se portaram bastante bem. São modalidades menos visíveis. Mas também não me parecem muito visíveis as do judo e da esgrima. Criaram-se expectativas apenas a pensar nos nossos atletas esquecendo os seus adversários que também tinham uma palavra a dizer.
Se se soubesse, à partida quem ganhava, que interesse teriam as Olimpíadas?
Julgo que nas condições actuais do desporto em Portugal e face à escassa”matéria-prima” para selecção dos nossos representantes, só poderemos estar satisfeitos com os resultados obtidos.
Ao Vicente Moura, a solidariedade de quem conhece o peso da responsabilidade.
A toda a comitiva portuguesa os meus parabéns e, em particular, ao Évora e à Vanessa!

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