sexta-feira, julho 25, 2008

O Pêndulo


A retoma da minha actividade jardineira e de apoio ao pomar e vinha, faz com que chegue ao fim do dia estoirado e sem vontade nem jeito para partilhar convosco as minhas preocupações e angústias, bem como aquilo que vai acontecendo à nossa volta susceptível de nos poder influenciar o dia-a-dia.
Estou convencido que devemos ser os maiores produtores de lixo aqui do burgo, sobretudo proveniente das actividades acima descritas.
Não só enchemos diariamente os contentores das redondezas como contribuímos de forma categórica para garantir serviço a uma camioneta que todas as segundas feiras vem carregar os monos e outros lixos que não devem ser metidos nos contentores nem queimados nesta época do ano.
Toda esta actividade vai garantindo também a manutenção da nossa forma física e ocupando um tempo que teima em fugir-nos.
Não sei muito bem durante quanto tempo ainda seremos capazes de manter este ritmo, mas estou em crer que, com algumas mudanças nas técnicas e nos equipamentos, que nos permitam aligeirar o gesto, talvez possamos continuar a deliciar-nos com estes pequenos prazeres de estar mais perto da Natureza e de com ela partilharmos, em harmonia, o pouco tempo que nos for dado viver.
Qual leão-marinho, tenho distribuído o meu tempo entre a terra e o mar, na busca de equilíbrios e temperos e no desvendar dos mistérios que cada um encerra.
O mar sempre me pôs por companhia a saudade dos que deixava e a terra sempre me trouxe uma enorme vontade de ao mar tornar.
Como as marés.
Como um pêndulo.
Cá e lá. De lá para cá.

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