sexta-feira, julho 04, 2008

Lua Nova e Baixa-Mar


As luas e as marés estão ligadas como a vida e a morte, como o dia e a noite. Umas originam as outras ou sucedem-se inexoravelmente.
A Lua Nova sempre me intimidou. Talvez pelo escuro que carrega consigo, ou simplesmente pela falta de luz que representa. Pelo contrário, a Lua Cheia, a tal dos lobisomens, sempre me encantou, muito provavelmente por oposição à Nova.
Qualquer delas tem efeitos bem visíveis na altura das marés.
Hoje no Baixa-Mar as águas retraíram-se até não sei onde. Pareciam envergonhadas por trazerem carradas de algas verdes, verdadeira salada de alface. Foi possível caminhar sobre a areia molhada resgatada ao fundo do mar durante mais de 50 metros até encontrar a água.
Claro que rapidamente as pessoas se organizaram em “raquetistas”, futebolistas e caminhantes, aproveitando o ensejo.
Mas não há bela sem senão e logo o vento do virar da maré trouxe um toque desagradável, obrigando muita gente a enfarpelar-se ou simplesmente raspar-se antes de apanhar uma pneumonia.
Eu fui uma delas. Não só me vesti como também zarpei logo que pude.
Estou como a lua. Sem luz nem paciência.
Hoje nem as palavras cruzadas saíram.

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