A escopeta

No final da época venatória passada, quase ganhei uma doença de nervos, porque o raio da espingarda deu em arranjar uma avaria intermitente, que tão depressa disparava os três tiros seguidos como só dava o primeiro.
Isso impôs-me a necessidade de abater as peças de caça ao primeiro tiro, garantindo desse modo que, mesmo que os outros falhassem, o assunto estava arrumado.
Claro que uma coisa é a gente querer, outra é a gente ser capaz de fazer. Pois bem, calculem o esforço duma empresa destas para um caçarreta do meu calibre, a quem uma metralhadora não seria suficiente para garantir coisa alguma.
Assim que terminou a época, aí fui eu correndo para o armeiro afim de garantir que a próxima não fosse perturbada pela tal dita falha.
Recebi a arma hoje e o armeiro garantiu-me que não é por falta de dar tiros que ficarei a ver a caça passar. Referiu-me ainda, assim como que a atestar a boa prestação da mesma, que quando a foi testar depois de arranjada, não só nunca falhou qualquer tiro como ainda matou uma raposa, que apareceu por acaso.
Coisas, em que é preciso a gente acreditar. Oh, freguês vai um tirinho?
Etiquetas: Cogitações
3 Comments:
ter a espingarda afinada
para dar fogo à primeira
não quer dizer mesmo nada
se a dita não for certeira
aperto- de- mão
por via do calor
Ter a espingarda afinada
P'ra dar um tiro onde eu quero
Acertar em cheio na quadra
Do meu amigo Platero
Abraço
de mestre
cá por mim, já pus as mãos no ar
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