quinta-feira, junho 12, 2008

Não vá! Telefone!


Por compromisso havido, tinha que deslocar-me a Lisboa. Uma vez que tinha problemas com o carro, planeei a deslocação de comboio, no Intercidades.
Consultei a Internet e confirmei a saída de Évora às 0644h que parecia perfeito para quem tinha que estar na capital às nove.
Chegado à estação, uns dez minutos antes, sou informado na bilheteira de que não havia Intercidades desde o dia 6 de Junho. Indagado, o funcionário não me soube dar explicação para o facto de o site da internet da CP manter a indicação das carreiras referidas, permitindo até a aquisição de bilhetes por aquela via.
Parece incrível que seja interrompido um serviço destes e não haja aviso adequado junto do público, para não falar já na página oficial da empresa.
Por acaso a coisa remediou-se pois ainda fui a tempo de apanhar o Rede/Expressos das 0700h, que me permitiu chegar a horas a Lisboa.
Com este tipo de serviço quem pode apostar no transporte ferroviário, como solução para o excesso de trânsito rodoviário?
Em grande parte dos países europeus, os transportes suburbanos e mesmo as principais ligações entre cidades estão garantidas por comboios, com horários que servem as necessidades dos clientes e com condições de pontualidade e conforto que os torna não só alternativa como os faz assumir a preferência dos utilizadores.
Se não somos capazes de gerir comboios convencionais, com gastos relativamente pequenos, como iremos rentabilizar o TGV, de custos onerosos na construção de infraestruturas, de operação e manutenção?
Como queremos levar as pessoas a utilizar os transportes públicos se não lhes garantimos frequências e pontualidade, segurança e comodidade?
Como vamos poder acreditar nas empresas que nem se dão ao trabalho de manter os seus clientes informados e que não alteram em tempo oportuno, que em negócios é tempo útil, as informações disponibilizadas pela Internet?
Julgo que cada vez mais teremos de aceitar o slogan– "Não vá!
Telefone! "

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