segunda-feira, maio 19, 2008

Os Jogos da Vida

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As trapaças e tramóias que a vida impõe, remetem-nos para o desconforto da incompreensão e do desalinho aparente entre o certo e o errado, o bom e o mau, o fácil e o difícil.
A vida obriga-nos permanentemente a escolhas, a maioria delas a terem que ser feitas em tempo oportuno, sem elementos de apreciação suficientes. Os erros por isso aparecem como resultados aceitáveis embora, muitas vezes, de consequências desastrosas.
Os contornos entre o bom e o mau são traçados com canetas de bicos tortos e mal afiados e com tinta cinzenta, confundindo e comprometendo as opções.
As tarefas que se nos põem de fácil maneio, acontecem por vezes de difícil execução, mau grado o traquejo que delas possamos ter.
Talvez por tudo isso haja necessidade de justificar o que não entendemos e se nos escapa, como arte divina ou infernal, desculpando assim a nossa ignorância e falta de atento para o mundano que nos cerca e nos sufoca.
Morrer é um dos aspectos da vida que nos assusta pelo desconhecido, pela impossibilidade de experimentação prévia, pelo desconforto do frio eterno.
Aparece, às vezes, como ponto final abrupto duma vida promissora, termo desejado dum estado de sofrimento continuado ou simplesmente como epílogo duma vida preenchida.
Em qualquer dos casos é o encerramento e arquivo dum dossier repleto de coisas conseguidas, de desejos satisfeitos, de sonhos concretizados, de caminhos percorridos a par de outros tantos por concluir, por arrumar e sobretudo por entender.
Manuel de Oliveira aparece-nos como um caso que foge completamente ao nosso entendimento, quando aos cem anos se impõe, a si mesmo, projectos a realizar nos próximos anos.
É uma espécie de desafio ou, se quisermos, uma forma diferente de jogar estes jogos da vida!

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