terça-feira, maio 20, 2008

LC - Memórias em alta


O convívio que nunca foi conseguido em muitos anos de vida activa e, como tal, ocupada com os afazeres que o serviço impunha, acontece agora, reclamando o tempo perdido.
Mensalmente, como numa contagem em que os anos se reduzissem a meses, com a sofreguidão de repor o tempo que não teve para se ocupar com a amizade alicerçada em dureza, privações, anseios, riscos mas também em alegrias partilhadas e companheirismo fraterno, ele materializa-se em estórias contadas à volta duma mesa e dum qualquer repasto conivente.
É o reatar de conversas interrompidas pela vida. É o retomar duma inocência longínqua e duma reconciliação com as memórias litigantes.
O Alentejo foi testemunha comprometida de mais um destes arrumos mensais.
Desancando uns primores da gastronomia local com prazer e parcimónia no beber, as línguas foram-se soltando em torno das preocupações, dos afazeres e de recordações recalcitrantes.
O enquadramento cénico foi dado pelo salão de festas duma sociedade recreativa local. À heterogeneidade de interesses do grupo sobrepôs-se a homogeneidade da amizade e da camaradagem, como numa fotografia em que a luz a mais apaga os contornos e esbate as diferenças.
A temperança reinou e no abraço de despedida já se anuncia o novo reencontro com a memória colectiva do grupo.
Até já!

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