quinta-feira, maio 08, 2008

Hoje, há caracóis!


Hoje há caracóis!
Mas podia haver passarinhos, pernas de rã, miúdos de galinha…
Não é à porta duma tasca ou dum restaurante. E daí, até talvez seja. Só que não se vê! E o que se vê é o edifício magnífico dos BVE. Era mais natural que dissesse que havia ambulâncias disponíveis ou um piquete de serviço ou uma equipa de espeleologia ou de mergulhadores ou de primeiros socorros em Stand-by. Mas não! O que havia, o que há, são caracóis!
Mas ficamos na dúvida se serão caracoletas grelhadas na chapa “con su ranho” ou caracóis, dos pequenos, cozinhados com orégãos, com aquele molhinho bom com que se enchem as cascas vazias e se sorve fazendo uma barulheira do caraças e acompanhado de metades de paposeco torrado com manteiga.
Outra coisa que não esclarece é quanto custa o pratinho, a dúzia, o quarteirão…
O cartaz publicitário também não tinha a designação de origem: de Marrocos, do Algarve ou da Suiça. Da Suiça seriam “escargots” e não caracóis. Provavelmente são alentejanos e apanhados nos rescaldos dos incêndios.
Como há ambulâncias medicalizadas, também poderá havê-las caracolizadas. Isso quererá dizer que se deslocam à velocidade dos caracóis ou que servem estes moluscos gastrópodes, tão ricos em ferro, durante o transporte de doentes?
Presumo que seja mais esta última, inserida numa Política de Saúde mais abrangente que recomenda a ingestão de caracóis, em substituição de carne ou peixe que fazem subir o colesterol e o ácido úrico e defraudam de forma irreparável a bolsa dos portugueses, já de si tão maltratada.
Aceite a recomendação dos BVE e tenha uma saúde de ferro.
Hoje houve caracóis!

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