quarta-feira, março 19, 2008

Em Dia do Pai

Imagem daqui
À Primavera antecipada sucedeu um Inverno retornado, com vento frio e chuva q.b., que obrigou a repor as roupas já guardadas e a reacender os caloríficos a gás e eléctricos.
Até a passarada, apanhada desprevenida, desapareceu.
Para quem tem a agricultura como ocupação primária, julgo estar satisfeito do jeito que as coisas correm, com chuva e sol alternando-se em doses próprias e adequadas. Quem necessite de reservas de água para culturas gastadoras, de arroz e milho, terá que procurar nos confessionários perdão para os seus pecados e meter requerimento nos altares da sua devoção para que a Primavera se mostre chuvosa de feição.
Nos hortejos, quem já plantou o cebolo bem pode entreter-se a colher uns canudos pequenos de favas para juntar ao cozido de grão ou para se regalar com uma tortilha das ditas, cortadas fininhas com casca.
A idade e o contacto com a Natureza atira-nos para os braços do Borda d’Água e para os maus tratos da gastronomia, coisas que sempre andaram de mão dada, nos despiques da vida.
As minhas actividades de ar livre estão agora comprometidas, tendo por isso regressado ao convívio das letras, dos sentires e dos sabores.
Em Dia do Pai, lembrado pelos filhos, no aconchego desse afecto partilhado, bem posso fechar os caloríficos e ficar ouvindo a chuva a bater na vidraça.

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