segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Agricultura e alimentação naturais - O Vento da Esperança - ParteII

Imagem daqui
Inspirados e apoiados em alguns princípios teológicos, ligados à simplicidade de vida, a aspectos alimentares e ao tratamento infligido a todos os seres vivos nesta forma de desnaturalização do ambiente, alguns dos movimentos de opinião, fizeram-se eco disso um pouco por todo o mundo, desde os princípios do século passado, com maior ênfase para os finais do mesmo século, por incorporação de conhecimentos tecnológicos de suporte.
A contestação passou então a ser suportada por argumentos técnico-científicos e a impor-se a entidades e instituições, para ser finalmente aceite como alicerce duma nova era. Deste modo, a própria CE não teve outro remédio senão integrar nos seus projectos e orçamentos essa nova realidade.
Assim nasceram as, hoje designadas, agriculturas biológica, ecológica, orgânica e integrada, esta última servindo de ponte entre aquelas e a agricultura industrializada, a combater.
Têm vindo a ganhar adeptos, mas esbarram sempre no problema de dimensão das explorações e na rentabilidade da produção, na existência de mercados e nos mecanismos de distribuição.
O princípio comum a todas é o abandono da utilização de químicos de síntese nas práticas agrícolas.
O entendimento é de que a fertilização dos solos deverá ser adquirida e mantida de forma natural, com a eventual adição de matéria orgânica isenta de resíduos químicos e de que a resistência das plantas às pragas deverá ser conseguida através da robustez das mesmas, conseguida com espécies indígenas, com práticas de cultivo adequadas, excluindo lavouras profundas e com rotatividade de culturas.
Isso, impõe conhecer e respeitar os ciclos de vida de plantas e animais, que obrigatoriamente deverão integrar as explorações. Estimular a biodiversidade da exploração agrícola e do seu meio envolvente, como forma de garantir equilíbrios biológicos, capazes de evitar pragas e doenças.
É ainda objectivo último, senão primeiro, de que este tipo de agricultura deverá garantir aos seus praticantes produções em quantidade suficiente e de qualidade elevada, capazes de lhes garantir satisfação e independência, assim como condições de trabalho seguro e saudável.
Claro que, ligados a estas práticas agrícolas, outros aspectos não menos importantes são perseguidos como objectivos, nomeadamente o uso preferencial de energias renováveis, a não poluição de solos e linhas de água, o uso de matérias de embalagem biodegradáveis e recicláveis, o uso parcimonioso e responsável da água e da vida nela existente, dar aos animais da exploração condições de habitat tão próximas quanto possível das naturais, permitindo-lhes satisfação das necessidades básicas e comportamentos naturais também.
Produzir saudável para comer saudável, poderia ser o slogan publicitário deste tipo de agricultura.
As tecnologias de apoio deste tipo de agricultura são complicadas, impondo agricultores idóneos, com formação adequada e com sensibilidade dirigida para a problemática envolvente, criando um clima de confiança nos clientes, que garanta a sua fidelização.
Para vender este tipo de produto, é preciso comprá-lo primeiro.
Para comer produtos naturais, há que pensar natural, há que viver natural, há que acreditar na Natureza e na sua enormíssima capacidade de regeneração.
Há que pensar também que o nosso conhecimento sobre ela é limitado pelo estado actual da ciência e tecnologia, que podemos estar a subestimá-la ou pelo contrário a sobrestimá-la.
Dum modo ou de outro, se a respeitarmos, não devemos temer pela nossa atitude e, a haver um criador, certamente estaremos mais perto dele e de levar um sorriso às gerações vindouras.

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