quarta-feira, dezembro 12, 2007

Encontros e encontrões

Imagem daqui
A Cimeira de Lisboa, promoveu o encontro de europeus e africanos, não devendo ter promovido mais nada.
O entendimento mútuo parece impossível face ao desnível sócio-económico em presença, mau grado as potencialidades de alguns estados africanos e a fragilidade da economia de alguns países europeus, além de sequelas antigas entre colonizadores e colonizados.
No tempo do colonialismo, havia quem fizesse piadas racistas, dizendo que o Salazar era um democrata, que tratava os brancos da mesma forma que os pretos.
Glosando este tipo de piadas, diria que o EngºSócrates trata melhor os pretos do que os brancos.
Não é que os brancos não mereçam, pois que votaram nele maioritariamente. Agora que o aturem.
Neste tipo de encontros, pululam as manifestações dos donos da verdade universal e da fórmula mágica que a todos tem que servir – a democracia – esquecendo-se por vezes de a pôr em prática nos próprios países, mas querendo impô-la aos outros.
Eu diria que a democracia está para os africanos como a água de colónia para a maioria dos que a usam – cheira bem, mas é cara como o caraças e cada um prefere uma marca diferente.
Já toda a gente se esqueceu de Tien An Men e ninguém levanta mais a voz contra o sistema político que a China encontrou para se desenvolver, condicionando as liberdades individuais aos interesses colectivos e nacionais.
Os reais interesses dos promotores deste tipo de encontros, além de protagonismo pessoal e político, perseguem igualmente objectivos economicistas, claramente expressos nas reuniões dos empresários com representantes dos países africanos, no sentido de garantirem negócios fáceis, onde a tecnologia não é primordial.
O seu resultado, mesmo nessa perspectiva, terá ficado muito aquém das expectativas, chegando alguns líderes africanos a bater com as portas antes do seu encerramento, face a exigências “nonsense”, de alguns desses promotores.
Nunca fui muito bom em negócios, mas entendo que os ditos são para ser acordados e não impostos. Só dessa forma poderão ser entendidos como tal. Só interesses mútuos servirão as partes neles envolvidas.
Salve-se, no entanto, o espavento do Sr. Muammar Kadafi, que não deixa de “armar a tenda” onde quer que se encontre.

Etiquetas: