domingo, novembro 25, 2007

Provas de Fundo (do copo, da panela e da travessa)

Decorreu a quinta prova de vinhos amadores, a 4ª de sopas e a 3ª de doces da Igrejinha, cada ano com mais gente e com uma organização mais cuidada.
Começa a impor-se como evento mobilizador das forças vivas da terra, trazendo muita gente de fora e constituindo oportunidade não dispensável pelas forças políticas instaladas, que têm possibilidade de exibir as ajudas prestadas e sentir o calor que a pinga sempre põe nestas coisas.
Esteve bem em termos de oferta e procura no que respeita a comes e bebes e a separação, este ano intentada, da parte de animação cultural da zona de repasto foi parcialmente conseguida, diminuindo francamente o barulho que não deixava ouvir os grupos de danças e cantares que ali se apresentavam, em anos anteriores.
Este ano, a falta de participantes na prova de vinhos foi compensada pelo número e qualidade das participações na mostra de doces e sopas.
Não foi um bom ano de uvas e portanto de vinho, este que decorre. As geadas tardias, granizos e chuva na altura das vindimas, já haviam sido aqui assinaladas como factor muito comprometedor desta safra.
O facto levou a que muitos dos “fazedores de vinho amador” não quisessem arriscar e com razões de sobra.
Ainda assim, arrisquei e perdi. De facto a pinga não ficou, este ano, ao nível a que eu já me habituara a mim e aos meus amigos.
Como convidado, assisti às provas e apreciei bem as caretas e comentários depreciativos dos enófilos provadores, atestando dessa forma, sem margem para qualquer dúvida, a má qualidade dos vinhos em prova.
Mas o vinho correu em quantidade apesar disso, entre os convivas, já que a organização pôs à sua disposição três pipas com vinhos das adegas da zona, com provas dadas no mercado nacional e internacional.
Parece mentira que uma região tão pequena, junte cinco produtores de nomeada como a Tapada de Coelheiros, Monte do Pintor, Herdade da Calada, Outeiro da Esquila e Monte das Ânforas. Que à sua volta ainda se produzam outros néctares, conhecidos também dos apreciadores do Vinho Regional do Alentejo, nas herdades da Comenda Grande, da Ravasqueira e das Moiras.
Quanto às “sopas da nossa terra”, como é a designação da prova, contou com paladares bem diversos mas bem conhecidos dos gastrónomos alentejanos, desde os feijões com batata, com espinafres e com nabos, passando pelas sopas da horta com vegetais variados, caldo verde, até ao creme de favas.
Os doces regionais distribuíram-se pelos mais variados sectores da guloseima, desde os de requeijão, aos de gila, não esquecendo os de amêndoa e ovos, de noz, de torresmos, de vinagre. O arroz doce não faltou.
A festa impôs a inviabilidade do acesso directo a uma estrada nacional durante dois dias e o corte de energia eléctrica durante três horas, mobilizou mais de cinquenta pessoas, obrigou à montagem de duas tendas, com uma área coberta de cerca de 600m2.
Foram transformados em matéria assimilável pelo comum cidadão, um novilho, um veado, uma ovelha, mais duma centena de frangos, além dumas dezenas de quilos de febras. A música tradicional e etnográfica esteve presente a nível aceitável, com especial melhoria na prestação do grupo de cantares local.
Palmas para organizadores e participantes e água da pedras para mim.

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O corte de acesso à estrada nacional foi imposto pela BT local ou foi real?!

26/11/07 18:29  
Blogger JR said...

Real, foi!
A BT da Igrejinha, não foi de certeza, porque não existe!
Hoje e depois da proposta do Governo para transformar a EP, leia-se Estradas de Portugal, em SA, já não sei quem manda o quê, aonde!
Juro que eu não fui!
Abraço, real!

26/11/07 20:23  

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