segunda-feira, novembro 19, 2007

Os Equilíbrios

Imagem daqui

Tudo na vida precisa de equilíbrio, senão há descontrolo e queda, em sentido lato. É assim com os seres vivos, é assim com a própria Terra no seu equilíbrio gravitacional.
Houve um despertar para os equilíbrios necessários, que levou à reciclagem de produtos e resíduos industriais ou caseiros.
Existem movimentos ecológicos e de preservação da natureza, que têm dado combate às atrocidades cometidas contra animais e certos tipos de flora raros ou em vias de extinção. Apela-se à defesa da floresta, combate-se a poluição atmosférica, dos rios e dos mares. Tenta-se exercer um controlo dos efluentes e resíduos tóxicos, com vista a melhorar a qualidade do meio ambiente.
Diz-se não à energia nuclear e fazem-se esforços para viabilizar e incentivar o uso das energias renováveis em substituição das resultantes de combustíveis fósseis. Faz-se guerra, um pouco às cegas, aos OGM (Transgénicos).
Arrancou-se, há já algum tempo com a designada agricultura biológica ou numa sua variante, a agricultura biodinâmica, tentando devolver à terra a sua fertilidade e equilíbrio, através da biodiversidade e da rotação de culturas, em substituição da agricultura industrializada visando apenas o lucro e que descura os equilíbrios naturais.
Talvez a maior fonte de poluição do planeta se situe exactamente neste aspecto tão disfarçado e tão pouco visível, aparentemente.
Quem se queixa de ver lindos milharais, searas de girassol, extensíssimos pomares de citrinos, de maçãs ou de pessegueiros? E os vinhedos, a cobrir boa parte deste país? Quem não se delicia ao olhar para pinhais imensos e eucaliptais perfumados? E as searas ondulantes que a pouco e pouco vão desaparecendo da nossa paisagem?
Pois é! A monocultura! Anos consecutivos, nos mesmos locais, forçando a Natureza com adubações específicas, cada ano reforçadas, com pesticidas cada vez mais fortes para combater as resistências dos insectos e parasitas dessas culturas!
A floresta uniforme de resinosas, impõe tratamentos que lhe não damos, hoje! Falta-lhes a pastorícia que a mantinha limpa de ervas e arbustos! A praga hoje existente nos pinhais, demonstra bem como estão feridos de morte! Para quê, neles, insistir? Os eucaliptos roubam água aos terrenos onde se instalam, tornando-os mais vulneráveis ao terror incendiário, apesar de serem as áreas mais bem tratadas de floresta, a cargo das indústrias do papel.
Os pesticidas e resíduos dos tratamentos e adubações forçadas das monoculturas, conjuntamente com os resíduos dos incêndios, infiltram-se ou escorrem com as chuvas e vão contaminar os lençóis freáticos que alimentam as nascentes, ou os rios para onde correm.
Os produtos directos dessas culturas ou indirectos através das regas com a água dos furos e rios, acabam por incorporar boa parte desses resíduos tóxicos que ingerimos todos os dias na nossa alimentação, afectando a saúde.
Enquanto a poluição resultante da indústria afecta muito as zonas contíguas, a poluição da agricultura entra-nos diariamente em casa, estejamos onde estivermos! Vinda da Nova Zelândia ou do Vale do Tejo!
Os movimentos ambientalistas têm ganho algum espaço, até político, mas descuram este aspecto fundamental do equilíbrio natural da terra que, a ser reposto, levaria certamente a muitos dos outros mais visíveis.

De resto, todos nós temos um pacto sagrado com a terra! Do pó nascemos e para lá caminhamos!

Etiquetas:

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

caro conterr�neo e amigo

grato pela alegoria do Equil�brio.
Deixe ver se a Terra, mesmo eliminando os maus-tratos a que tem sido sujeita pelo homem, vai conseguir recuperar.
e tanb�m eu, claro!
abra�o

19/11/07 14:53  
Blogger ErosGod1 said...

No ha existido mayor depredador que el hombre mismo, conviertiendose en el mayor depredador de su propia especie.

Saludos desde México.

20/11/07 07:52  
Blogger JR said...

Nunca pensei chegar tão longe, ao México!
Pensei, sim, tocar fundo nas pessoas.
É sempre grato saber que alguém nos descobre, entre os milhões que se espalham pela blogosfera.
Saudações cá deste lado do Atlântico, amigo.
Hay que tener esperanza.

20/11/07 21:09  

Enviar um comentário

<< Home