quinta-feira, outubro 25, 2007

Hoje...cavo eu!

Pode ser impressão minha, mas parece-me haver mais terra trabalhada este ano do que tem vindo a ser costume ultimamente.
Será que a agricultura está a ressurgir das cinzas?
Depois dos subsídios para não cultivar, será que chegaram os ditos para cultivar? Será que as importações chinesas esgotaram as reservas europeias de produtos agrícolas? Será que o BioDiesel está a animar o mercado de cereais? Ou será tudo apenas imaginação ou vontade minhas?
Provavelmente, isso!
O campo é tão bonito quando está todo tratado, com as lavouras feitas à espera da sementeira ou, já com ela feita, aguardando a chuva que garantirá o verdejar esperançoso de colheitas fartas.
Ainda me lembro dos alqueives enormes que nesta altura tinha que calcorrear atrás das perdizes. Hoje são raros como elas, de resto.
Tirando as áreas de pastoreio em que ainda se vão fazendo algumas culturas forrageiras, de cevada, aveia, sorgo ou milho painço, pouco ou nada mais resta. Os alqueives já não são necessários porque a terra não precisa de descansar.
Descansada está ela demais.
Segundo os ecologistas, maus tempos nos esperam com alterações climáticas profundas, com doenças de características endémicas, transmitidas por mosquitos originários do Nilo, por carraças ou ainda com origem nos ratos.
Por sorte ou azar nosso, devemos estar vacinados contra este tipo de epidemias, pois que a exposição a tantas picadelas e ataques dos parasitas que por aí pululam, já nos deve ter dado a protecção necessária para sobrevivermos.
Somos, de resto, um povo de sobreviventes. Sobrevivemos aos Árabes, aos Reis Católicos, ao Salazarismo e vamos certamente sobreviver ao que está para vir.

Com fé, mas sem devoção!

Etiquetas: