terça-feira, setembro 04, 2007

Metrossexualidade

Não sou tão velho que não entenda as mudanças que se têm vindo a processar na sociedade portuguesa, mormente na sociedade metropolitana, cosmopolita e lisboeta em particular.
Mas também não sou tão novo que possa aceitar todas as mudanças como boas, sejam as que se verificaram para os homens como as que aconteceram às mulheres.
Acho que os anos sessenta foram responsáveis pela emancipação da mulher, no seio duma sociedade dominada totalmente pelo homem, dono e senhor de tudo e de todos.
As guerras, um pouco por toda a parte, determinaram que as mulheres saíssem do arrumo do seu lar e substituíssem os homens nas empresas, com sérias vantagens para o patrão que lhes pagava menos pelo mesmo trabalho. Em muitos casos por um melhor trabalho.
Descobrira m assim as mulheres uma vocação de “ar livre”, que as lançaria numa corrida infernal contra todos os tabus. Permitiu-lhes igualmente fazer comparações, fora de casa, dos comportamentos dos seus companheiros, tanto no campo do relacionamento e afectividade, quer mesmo no campo da sexualidade.
O patriarcado feroz foi, a pouco e pouco ou a muito e muito, sendo substituído pelo matriarcado, igualmente preocupante.
Os homens, não podendo já ser respeitados pela sua masculinidade, tendem a carpir as mágoas nos braços uns dos outros, efeminizando-se.
A homossexualidade torna-se uma prática não só comum e vulgar, como às vezes vai raiando uma forma de estar no mundo, impondo regras e determinando políticas. É nos tempos que correm, uma forma de poder.
As mulheres, perdidas na euforia de viver a sua liberdade esqueceram-se dos maridos e por arrastamento dos filhos, a quem a harmonia familiar é importante para o seu desenvolvimento equilibrado.
Os padrões são agora femininos para o lar dos divorciados, onde normalmente as mulheres ficam a tomar conta dos filhos, que quase perdem o contacto com o pai, limitado na maioria dos casos, a fins de semana alternados.
É vulgar ouvir estes miúdos dizerem que não irão casar-se. Que lhes resta? Virarem-se para si mesmos. Endeusarem-se ou perderem-se. Pavonearem as suas fraquezas, alimentando a sua vaidade ou os seus vícios.
A sociedade dos negócios não perde pitada, neste novo conceito de vida. A moda em todas as vertentes, o supérfluo substituindo o necessário, fazendo a diferença. A diferença nos comportamentos e nos relacionamentos.
O cheiro a bosta do “latin lover” substituído pelo suave escanhoado da barba, pelos after shave´s e cologne’s com perfumes de madeiras exóticas ou com nomes apelando a prazeres proibidos ou de poder instituído.
As noitadas nas discotecas e o banho diário começam a mostrar as suas consequências e a desidratação da pele anuncia uma velhice precoce.
À semelhança da mulher, o homem da cidade, sente que tem que fazer qualquer coisa para parar o declínio, anunciado já pelo uso excessivo do Viagra, pela vacuidade da vida que o faz alternar entre as obrigações laborais e as imposições sexuais das suas parceiras exigentes e conhecedoras.
O Homem “Sapiens”, transforma-se no “Homo Metro”, ou seja vai à depiladora duas vezes por semana, faz limpeza da pele uma vez por semana, usa cremes revitalizantes para o rosto e cheira às mesmas mistelas das mulheres.
Faz madeixas e usa desodorizantes para o hálito e, eventualmente, íntimos. Presumo que dê guinchinhos de prazer, no momento da ejaculação ou em vez dela, imitando assim as performances orgásmicas femininas.
Macho Man, morto! Viva o Metrosexual! (Ou lá o que seja)

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