terça-feira, julho 17, 2007

Leituras de Verão adiado (Início de Julho)

Não, o Verão este ano não quer aparecer, nem mesmo onde tem encontro marcado com os operadores turísticos. Decididamente não está, ele também, para fazer o jeito à economia deste país, tão necessitada que está de balões de oxigénio, venham donde vierem.
Vou retomar as minhas leituras simultâneas de mais um imaginativo livro do Murakami e da autobiografia dum camarada e amigo, que não tem nada de imaginativo mas tudo de verdade genuína e factual, crónica sociológica ricamente decorada por uma forma apelativa de dizer, sem papas na língua nem tabus limitativos. Chamar os bois pelos nomes, é um exercício a que já não estamos habituados, por preconceito social e político. Representa a meu ver, vindo donde vem, uma prova real de honestidade intelectual, de distante proximidade, de chegado distanciamento de factos e gentes que ajudaram na sua singradura.
Curioso como esta biografia podia ser a minha com pequenos arranjos culturais e factuais. Está nela toda a minha geração. Geração, a que chamo de guerra e paz. Que fez a guerra e soube e foi capaz de fazer a paz.
Leitura fácil, a que não escapa algum humor inteligente, com sabor a conversa de câmara de navio, com as tonalidades e pinceladas impressionistas sempre que retrata situações e pessoas.
Um enquadramento sociocultural da segunda metade do século passado, em Portugal e no Mundo, que pouco ficará a dever à mais rigorosa videoteca.
O rigor da palavra, o fermento da verdade.
Obrigado amigo! Cá vou continuando a gostar!

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