domingo, julho 29, 2007

Cada um é para o que nasce

Imaginem um esquimó a ter que viver no Alentejo! Ou um alentejano a viver no Alaska!
Claro que é possível! Nesta aldeia global fazemos mal a muita gente e também a muitos animais. Os huskies siberianos que o digam!
Um marinheiro a laborar no campo ou um trabalhador rural a bordo dum navio?!
É evidente que o poder de adaptação faz com que isso seja viável mas não é propriamente o mais aconselhável, digo eu, em termos de eficácia, de produtividade do trabalho, e até de realização pessoal e profissional.
Levanta questões como - para quê tirar um curso determinado, gastando tempo e dinheiro, além de despesismo intelectual não quantificado, se depois vou fazer qualquer coisa a que possa deitar mão, aqui ou noutro lado?
Até rima! Mal, diria eu!
A flexibilidade tem de ter limites para tudo na vida! Até para aturar este tipo de abordagens utilitaristas de quem passa a vida a queixar-se de falta de produtividade dos trabalhadores.
Posso não gostar de militares. Mas não tenho que os fazer pagar o resto das suas vidas por terem dado a possibilidade aos políticos de mostrar o que valem. E que até agora tem sido muito poucochinho, diga-se em abono da verdade.
Posso não gostar da sua falta de flexibilidade, agora que tanto a ela se apela!
Cá está a rima outra vez. E outra vez mal!
Os militares não tiveram flexibilidade quando se tratou de fazer tábua rasa sobre o seu interesse e vontade, expressa em programa do MFA, de entregar ao poder civil o destino deste país. Porque hão-de ter agora a dita cuja para suportar os maus-tratos, as infâmias, o desprezo a que são votados por esse mesmo poder civil?
Convenhamos que já é pedir flexibilidade a mais a toda a gente! Digo, eu!
Mas, voltando ao princípio, vejam bem a que são obrigados os ucranianos que vieram do frio para o calor da nossa terra, comer o pão que o Diabo amassa!
O que passam os africanos de origem portuguesa ou não, que entre nós, pouco mais lhes resta do que a marginalidade!
Como vivem os brasileiros que aqui disputam uma réstea de esperança que o seu linguajar luso lhes prometeu!
Reparem no que passaram e ainda suportam os “portugas” espalhados por esse mundo fora, a labutar por uma vida que não foi possível garantir-lhes cá!
O que nós fazemos uns aos outros em nome não sei bem de quê ou de que flexibilidade!

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