sexta-feira, junho 15, 2007

Do Vento Cinzento


Foto daqui

Em tempo de arrumações, fui encontrar uns papeis, velhos de quarenta anos, onde de forma pretensiosa, ensaiava alguns passos na poesia, tal como reza a letra da última música do Pedro AbrunhosaTirem-me os meus fantasmas e digam-me onde é a estrada.
Valem pela tentativa.

Segue o primeiro.

A pluma que o mundo arrasta da memória
e o vento agita
Escreve cruzes na testa dos mendigos
Tatuagens no coração das donzelas
Pinta estrelas no Céu do meio dia
Rouba as vísceras dos poetas que cantam e choram
Grita nos olhos dos vivos o horror dos mortos
e lapidifica a sua eternização
O Sol que afaga a face com o seu travo de sal
Rebita nos espíritos a luz da razão
e indica para sempre a sua esteira
Da pluma sai
e da espuma se liberta
Como a alegria dos olhos
O Homem do seio dos homens
A fé das bocas que oram e se desejam
O sal das lágrimas
A esperança das mãos que se apertam

ZEF (1965)

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

bom exercício, sim senhor

um abraço

(Francis continua vivo)

15/6/07 23:18  
Blogger Bolinha said...

Olá temos poeta bêjo

16/6/07 08:07  

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