sexta-feira, maio 25, 2007

A Deus, o que é de Deus...

Imagem daqui
Ampla, em anfiteatro, com representações diárias da Última Ceia, a que hoje não faltou uma Maria Madalena, não a do Da Vinci, mas a de Pádua, parece.
Na frente, nada no lugar do Altar Mor, a não ser um Cristo do Terceiro Dia, o que sobe aos Céus, imagem bem menos plangente do que a de Cristo Crucificado. Uma pede Aleluias, enquanto a outra se regozijava com coroas de espinhos, cravos e sangue.
As encenações ritualistas têm vindo a sofrer modificações, mas não se conseguem vislumbrar inovações apelativas ao culto. Há partilha de tarefas com diáconos e beatas, a puxar ao Carmelo, nas leituras dos evangelhos, nas orações e cânticos. Desapareceram os Meninos do Coro, substituídos por estes espantalhos assexuados, que metem medo às criancinhas. Esquálidos, em dieta rigorosa de uma comungadela por dia, sem vida e sem alma, já entregues ao Criador.
Na sala arejada, umas três dezenas de assistentes e uns quantos devotos participantes, em cerimónia encomendada pelos familiares de uns tantos mortos recentes.
Quem conheceu um deles, sabe bem que ele preferiria estar no Inferno, onde facilmente encontraria os seus parceiros e amigos, do que no Céu a que sempre se mostrou alheio, enquanto vivinho da silva. Pura maldade, esta, que lhe fizeram!
O padre, cingiu-se a uma prédica vazia de conteúdo e simbolismo e quase de palavras. Para além disso, pouco mais fez do que celebrar a eucaristia e dividir com o diácono-seminarista, a distribuição das hóstias sagradas pelos devotos praticantes, que não eram muitos.
Trabalho leve.
Será que o sindicato assim o impôs, ou trata-se apenas de alijar a carga, a quem já tem que transportar em cima dos ombros o peso dos pecados do Mundo, cada vez mais afastado das virtudes proclamadas por Cristo e tão pouco observadas pelos seus seguidores?!...

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