segunda-feira, abril 30, 2007

China de ontem, de hoje, de sempre

Já lá vai um par de anos em que visitei a China, tendo sido provavelmente dos primeiros ocidentais a ter essa possibilidade, no pós Revolução Chinesa. A China despertara para o mundo, depois de mais de cinquenta anos de se lhe ter fechado. A curiosidade era grande de parte a parte. Depois dos impulsos revolucionários da Grande Marcha, do Salto em Frente, da Revolução Cultural e da morte dos seus principais timoneiros, Mao Tse Tung e Chu En Lai, a China resolveu fazer a Revolução Tecnológica e, para tal, havia que franquear as suas portas. Teve que ir ver como se fazia para passar a fazer também. Abrandou costumes revolucionários, mas não abrandou propósitos. Importou técnicas e alguns técnicos, mas não importou as ferramentas e equipamentos. Abriu-se ao mundo tecnológico, mas não à fragilidade da sua dependência. E pulou. E cresceu. Não sei se bem, mas ao seu jeito. À sua imagem. Sem violentar os seus princípios nem as suas regras. Largou a farda, mas não a simplicidade do gesto e da origem. Continua a crescer, fazendo a inveja do Ocidente. Com perseverança, com afinco, com trabalho duro. Com resultados. Apesar de tudo, não queria viver lá. Porque são diferentes no pensar, no fazer, no sentir. Já comiam com pauzinhos ainda nós comíamos com as mãos. Mas continuam a comer com pauzinhos. Porque fazem sexo como quem come arroz branco. É bom para a saúde!

Etiquetas: