segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Ponto ao Crepúsculo Vespertino

A Democracia mede-se, essencialmente, por dois indicadores. O acesso à Saúde e o acesso à Justiça.
São dois direitos, que só por si decidem um pouco de todos os outros que consideramos direitos fundamentais.
Como vão eles neste País? Os recentes ataques à saúde um pouco compensados pela melhoria nalguns aspectos relativamente à justiça. Mas ambos preocupantemente deficitários.
Os salários e as pensões muito baixas eram de algum modo equilibrados com os gastos pequenos da saúde. Hoje, com as taxas moderadoras, com os cortes nas comparticipações medicamentosas e a necessidade de deslocações maiores para aceder em tempo útil aos cuidados de saúde primários e de urgência, as coisas complicaram-se substancialmente, sobretudo para aqueles para quem a vida já não era pêra doce.
Continua a assistir-se a uma impunidade manifesta para crimes económicos e de fugas ao fisco, obrigando à sobrecarga fiscal indirecta, cega e abjecta em termos sociais, para compensar a incapacidade de atacar os verdadeiros criminosos de colarinho branco. Abre-se a economia aos predadores que, logo que se sentem ameaçados nos seus interesses, chantageiam com deslocalizações ou pura e simplesmente declaram falências fraudulentas, perante a incapacidade da justiça em lhe tolher o passo e os intentos.
Ao lerem-se os tópicos dos jornais de maior circulação e credibilidade, diariamente, deparamo-nos com manchetes que atestam muitos dos pontos referidos.
A Justiça só é efectiva, quando é célere, senão torna-se ela própria uma fonte de desigualdades e de injustiça.
A Saúde só serve os cidadãos quando lhe é próxima, eficaz e humanizada. De contrário, torna-se discriminatória, quando não assassina.
O Sol hoje escondeu-se entre nuvens,sem horizonte de contornos bem definidos,não permitindo observar as estrelas.
Mantém-se, assim, a rota estimada, com tristeza e sobressaltos.

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