quarta-feira, janeiro 17, 2007

As Reformas do Ensino

É raro o ano lectivo sem uma alteração! De estrutura dos cursos, de currículo, de metodologias de ensino, de livros escolares, de professores, de qualquer coisa. E governo que se preze, senão fizer duas ou três reformas do ensino, não é governo! É raro ouvirmos falar em reformar a aprendizagem. Porque será? Por duas razões essencialmente. A primeira porque se não pode reformar o que não existe. A segunda porque não se ganha nada com isso! Reformar o ensino ainda permite pôr uns professores na rua, agora reformar a aprendizagem provavelmente aumentaria custos. Custos com professores, cursos com apoios escolares que não existem, como o acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos de forma dinâmica, alterando e corrigindo o que se manifestar contrário à progressão da aprendizagem. É um processo interminável, nunca concluído, obrigando a uma revisão sistemática de objectivos ou metas de aprendizagem, com eventual ajustamento de currículos, de metodologias, num aperfeiçoamento permanente. É uma pescadinha de rabo na boca. Nunca desiste dos alunos, nem nunca deixa os alunos desistir. Uma preocupação assim implica olhar o mundo de forma diferente. Tem que se ter uma vontade enorme de querer mudar as pessoas, através primeiro das crianças, depois dos jovens, levando-os a acreditar que são bons e podem ser melhores em cada dia que passam na escola. Que a escola é feita à medida da sua necessidade e ambição. Que o seu País olha para eles com amor e orgulho paternais e não como quem consulta os resultados da lotaria em busca de vigésimos premiados. Interessa ao país e à sociedade ter cidadãos responsáveis e competentes capazes de descortinar rumos adequados ao desenvolvimento equilibrado e humanizado, garantindo um futuro, em vez de presentes plangentes. Eu cá me vou reformando como posso…

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