sábado, fevereiro 20, 2010

Madeira, Meu Amor

Funchal, hoje às 0930

Vídeo daqui

É, muito provavelmente, o tempo que merecemos, aquele que se faz sentir um pouco por todo o mundo.
As preocupações em relação ao ambiente ficaram mais uma vez na gaveta dos estados. Copenhague não conseguiu mais do que Kioto, nem ninguém acreditava que acontecesse doutra forma.
As perturbações meteorológicas têm-se feito sentir através de secas e incêndios devastadores, de chuvadas e inundações medonhas ou ainda por movimentações das placas tectónicas, originando sismos e tsunamis com as consequências que conhecemos.
Os tufões, ciclones, tornados e furacões vão bebendo a água de mares e oceanos, despejando-a de forma tenebrosa e devastadora por onde vão passando e soprando o ódio que transportam sobre tudo e sobre todos.
O degelo glaciário vai alterar de forma determinante as correntes do Atlântico Norte e do Pacífico, provocando mudanças nos climas dos países mais expostos e dos territórios insulares.
A poluição provocada nas últimas décadas foi superior a toda a verificada desde os princípios da Humanidade.
Sabemos da capacidade de regeneração da Natureza, mas é impensável que resista a estas agressões permanentes e cada vez mais violentas que a sociedade de consumo e os estados industrializados lhe impõem.
Ainda não acabámos de lamber as feridas do Haiti e já temos chagas abertas na Madeira.
As proporções e sobretudo as consequências são evidentemente diferentes e, felizmente para a Madeira, as coisas estarão normalizadas em alguns dias ao passo que para o Haiti, anos não serão suficientes.
Mas o mal continua. Fazem-se umas campanhas de solidariedade, explora-se o sentido filantrópico das pessoas apelando à sua participação financeira, arranjam-se umas cantorias e tudo continua na mesma, a ser pago pelos mesmos.
Sabemos hoje que muitas espécies animais e vegetais desapareceram da superfície do globo por alterações climáticas ou do seu habitat. Outras estão em vias de extinção pelas mesmas razões.
Esperemos que consigamos ter a inteligência e ir a tempo de evitar a nossa.
O meu pesar pelo ocorrido e o meu sentido solidário com o povo da Madeira.

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3 Comments:

Anonymous Ramiro Soares Rodrigues said...

Zé,
Estou de acordo contigo. Passado o pesadelo, torna tudo ao mesmo. Não se analisam os efeitos para tentar deduzir as causas e corrigir o que for corrigível. A nossa memória continua curta. Não se zela pela preservação da natureza. Continuamos a viver "alegremente", como se nada esteja a acontecer. Até quando?

22/2/10 19:06  
Blogger JR said...

Benvindo a bordo!
É bom saber de ti sem ser pelos números e pelas estatísticas da crise financeira.
Mas julgo amigo que essa não seja a pior coisa que nos está a acontecer. O que parece não ter de todo remédio, é o conformismo em que nos instalaram e de que não conseguimos sair.
Temos um braço partido. Podia ser pior se tivéssemos os dois. E por aí fora...
Um dia destes temos que beber uns copos e lembrar os tempos em que ainda acreditávamos que éramos capazes.
Um abraço

22/2/10 23:40  
Blogger Ramiro Soares Rodrigues said...

Zé,
Vamos a isso. Quanto mais não seja, faremos exercício de memória, recordando e lembrando a viagem em 1969 ao Brasil, em plena "primavera Marcelista!...".
Dois Abrações (tinha-me esquecido de um no primeiro comentário)

23/2/10 19:06  

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