sábado, outubro 31, 2009

Era só Eu e o Mar

Escrever e publicar um livro, continua a ser um sonho de muitos e uma concretização de poucos.
Ontem tive o privilégio de assistir, a convite do autor, ao lançamento do seu primeiro livro, que constitui também um seu relato autobiográfico, com pontos de contacto com a minha própria vivência profissional.
Ambos nos temperámos nas humidades da Guiné, dos Açores e de Macau, estremecemos com a emotividade da guerra, curtimos a pele com a salmoura oceânica e nos enredámos nos raciocínios circulares orientais.
Escrever uma história na primeira pessoa é uma aventura acrescida a quem se lança no revisitar das suas memórias, raramente conseguida sem excessos ou omissões.
Em termos navais a narrativa mostra uma carreira que cruza horizontalmente todas as áreas profissionais dum oficial da classe de marinha, que foi crescendo na confiança dos chefes pelas provas dadas de competência e sentido das responsabilidades no cumprimento das funções atribuídas.
A sensação que tenho da sua leitura é a de que o autor pretendeu fazer uma espécie de balanço testemunhal e testamentário do que foi a sua vida naval e de quanto o conhecimento dela poderá interessar a terceiros.
Considero um acto de coragem, numa altura em que ninguém se interessa por coisa nenhuma nem com ninguém.
Como o apresentador do livro sublinhou e muito bem, este, deveria ser de leitura iniciática obrigatória na Escola Naval.
Era só eu e o Mar”, retrata bem a pessoa do seu autor, firme nas convicções e no seu amor pelo Mar e pela Marinha.
Parabéns ao Mário Alvarenga Rua.

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