terça-feira, julho 14, 2009

Passeio Ribeirinho

Volvidos vinte e cinco anos passei junto à Capitania de Portimão, agora como turista. As diferenças são substanciais nas redondezas.
Uma larga avenida marginal, ao estilo de “Paseo Maritimo” que "nuestros hermanos" tanto gostam e tão bem sabem utilizar, que se estende ao longo de praticamente toda a orla do Rio Arade, salpicada de palmeiras e namorados .
Que pena o poder central não ter conseguido, ao longo destes anos todos, resultados tão palpáveis como o poder local.
As redondezas da Capitania, no tempo em que ali estive, eram constituídas por baldios, durante a semana utilizados como parque de carros para pessoas que ali iam tratar de alguns assuntos e ao fim de semana como parque dos autocarros de excursões, que ali merendavam e às vezes até dormiam.
É claro que, na falta de equipamento sanitário próprio e próximo, as imediações da Capitania acordavam na segunda-feira com uma cercadura adequada. Acontecia que por vezes o próprio jardim da Capitania também ele se apresentava bem estrumado.
Daí a necessidade que houve de limitar o acesso a este espaço a veículos, com correntes e sinalização de acordo, no entanto facilmente transponíveis pelas pessoas. Foram também dadas instruções ao militar que ficava de serviço às comunicações para vigiar a zona, impedindo que o espaço fosse mal utilizado.
Uma certa segunda-feira, o marinheiro sinaleiro que havia estado de serviço durante a noite, foi dar com um excursionista agachado dentro do jardim. Deixou-o terminar a sua função e depois, quando este se preparava para abandonar o local, apareceu-lhe de rompante de pistola em punho, facto que terá deixado o prevaricador com vontade de repetir a função recém-terminada. Ter-lhe-á dito então para recolher a prenda que ali deixara ao que o nosso homem replicou que o faria de imediato com um papel.
Resposta do marinheiro – “com a mão e já” - tendo sido de imediato obedecido!

PS. Tomei apenas conhecimento desta estória quando terminava a minha comissão, durante o jantar de despedida através de um camarada do tal marinheiro.

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