quarta-feira, dezembro 17, 2008

Oh!Oh!Oh!

Para quem não gosta especialmente desta quadra, gasto dinheiro a mais. É estranha a forma como as pessoas se deixam levar, mesmo em tempo de crise, por estas balelas das prendas natalícias.
De facto, comemorar o Natal deveria ter pouco com receber e muito mais com o dar. E dar sobretudo aquilo que nos é mais caro - a solidariedade.
Mas já que poupamos nela, gostamos de nos alambazar com as outras – as tais que nos fazem sair dos orçamentos e do siso.
Os centros comerciais regurgitam de gente como bazares persas. Só lhes falta o regatear dos preços, que aqui não existe por falta de tempo.
É uma correria desatada. Uns sobem enquanto outros descem, num empate grotesco que gera equilíbrios desejados. Se todos subissem ou todos descessem adivinhem a confusão.
Faz lembrar uma montanha russa, mas também aí lhe faltam os gritinhos de excitação ou de medo mal disfarçado.
Gente carregada de embrulhos, que não está feliz. Pelo menos não há risos ou um sorriso que seja. Só esgares de cansaço e de sacrifício. Por causa da carteira ou dos sapatos apertados. Também do trabalho extra não remunerado, já que a maioria chega dos empregos a correr, faz dois corredores de lojas em meia hora, come uma sopa lavada, faz mais dois corredores e regressa ao emprego.
A música irritante do White Christmas ou do Jingle Bells, repetida em cada esquina, em cada loja, em cada embrulho.
Uf! Que grande invenção esta do Natal do velho barbudo!

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