quinta-feira, julho 24, 2008

Pressurometria

Hoje estou numa de reinventar palavras já ouvidas mas nunca vistas por escrito, tais como mazarulho, pendericalho, etc.
Isto para dizer que ando com um desses coisos pendurados à bandoleira e outro embrulhado no braço esquerdo, durante 24 horas, para medir a tensão arterial. Um frete do quilé (será kilé?).
A técnica de saúde que me atendeu foi muito atenciosa e disse-me que estava programado para medições de vinte em vinte minutos durante o período diurno e de hora a hora no nocturno.
O problema é que raras são as vezes em que não faz leitura dupla e depois o espaçamento é variável, não tendo atingido nunca os vinte minutos. Já tenho braço inchado.
Se no período nocturno continuar deste modo ou o arranco ou processo o Ministro da Saúde por sevícias praticadas sobre a minha pessoa pelo Serviço Nacional de Saúde. Ainda por cima, esta traquitana não vai permitir que me lave em condições durante vinte e quatro horas, o que, com este calor, só vos digo!
Herdei este emplastro dum padre que o trazia montado e que tive que esperar que o tirasse, que a menina o descarregasse, extraísse o relatório, para só depois eu o poder usar. Uma espécie de cama quente em que ainda por cima temos que levar a ventoínha para a arrefecer. No caso, baterias de 1,5V alcalinas, para recarregar o bicho.
Só espero que o padre não me tenha deixado lá algum vírus que me transforme em filho pródigo.
Uma coisa, fiquei eu a saber pela conversa do dito cujo, enquanto esperava. Que o senhor padre, homem ainda novo, tinha medo de morrer, tal e qual como eu.
Comigo, ainda a coisa é entendível porque não sei bem o que me espera. Mas para ele deveria ser um privilégio poder desfrutar um lugar junto do Criador, tão breve quanto possível.
Mas, em casa de ferreiro, espeto de pau!

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