segunda-feira, abril 07, 2008

Hoje, chuto eu!

Imagem daqui
A quem está entregue o futebol que se vai fazendo por cá!
Verdadeiros energúmenos que não merecem o respeito dos adeptos dos clubes que se dizem representar, atacando tudo e todos e da forma mais inacreditável, sempre que alguma questão se lhes põe, seja de ordem técnico-futebolística, de ordem financeira ou de gestão corrente dos negócios do Clube ou da SAD ou, claro está, sobre trampolinices em que, na maior parte dos casos, estão atascados até ao pescoço.
Poucos treinadores também conseguem manter dentro do campo uma atitude responsável, sabendo que basta um gesto seu, uma palavra menos ponderada para atear o fogo clubista, criando um clima que não tem nada que ver com competição desportiva, mas apenas de luta titânica, em que os resultados justificam todos os meios.
Pior do que isto, só a postura dos órgãos de comunicação, que se fazem eco e dão destaque a todos os eventos tristes que estas cavalgaduras protagonizam.
Ontem ou anteontem o discurso ameaçador do Padrinho Azul e Branco na festa da conquista do campeonato, hoje a réplica despudorada e insana do aspirante a padrinho encarnado, a propósito não sei de quê, pesem eventualmente alguns erros que possam ter ocorrido com arbitragens.
Não se dão conta de que estão a maltratar a essência desportiva, pondo sempre em causa os resultados das competições e a retirar cada vez mais as pessoas dos estádios?
Ainda não perceberam porquê, entre outras coisas, os estádios ingleses estão a abarrotar de gente, mesmo que as equipas não se encontrem nos lugares cimeiros da tabela?
Não entenderam que a razão é tão simples quanto isto: eles gostam e têm confiança nos seus dirigentes, nos seus treinadores, na qualidade do espectáculo que tentam proporcionar-lhes, pelo empenhamento, na luta leal dentro das quatro linhas.
Apesar de lá, como cá, existirem clubes ricos e pobres, ninguém ali é capaz de garantir o resultado final quando o árbitro apita para dar início ao jogo.
A classe das pessoas ressuma quando as situações lhe não são favoráveis, não quando lhe vão de feição.
Ainda assim, tenho que fazer uma ressalva e enaltecer a postura dum treinador que, apesar dos erros clamorosos de arbitragem que podem mesmo ter afectado o desfecho final do jogo, se manteve ao longo da peleja sempre sereno, sem demonstrar minimamente o mal estar que naturalmente sentiria.
Em declarações no final do jogo, disse que admitia e respeitava a dificuldade das decisões dos árbitros, em cima do acontecimento, mas lamentava o ocorrido, concluindo que, apesar disso, a derrota se havia devido à incapacidade da sua equipa para concretizar as oportunidades criadas.
Esta análise foi feita sem azedume e com uma clarividência que as pessoas não conseguem deixar de entender.
Há que saber perder tanto quanto ganhar.

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