domingo, janeiro 27, 2008

Estórias de Caça e de Caçadores


Hoje tive mais uma jornada de caça aos tordos, quase sem tordos e sem espingarda, já que os primeiros vão rareando de ano para ano e a “escopeta” está como o dono: a pedir reforma total.
Já tinha desistido de procurar dois ou três tordos que derrubara, em virtude de terem caído no meio da seara, que já estava altinha com estas últimas chuvas, não facilitando a sua localização.
Venho a constatar ultimamente alguma dificuldade de distinguir estes pássaros, sarampintados de castanho e branco, quando caem no meio de pastos ou sargaços. Não sei se se trata de algum daltonismo meu ou se este mimetismo constitui dificuldade partilhada pela grande maioria dos caçadores.
Mas ia eu a contar, que depois dos tordos perdidos daquela forma, matei outro que foi cair na berma da estrada, local bem visível de onde me encontrava. Esperei melhor oportunidade para o recolher, já que estavam a entrar alguns pássaros.
Ouço o ruído dum carro a parar na estrada e qual não é o meu espanto quando vejo o seu condutor sair, baixar-se, apanhar o pássaro e, placidamente, voltar a entrar no carro e seguir.
Os pássaros já são poucos, eu aproveito-os mal e ainda por cima tenho que os partilhar com o excelentíssimo público!
É ou não é demais?

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