sexta-feira, dezembro 07, 2007

"Quiero ser Papa de Roma"


Ontem fui ao teatro no âmbito do 5º Encontro de Teatro Ibérico. Uma peça denominada “I love Clint Eastwood”, de Miguel Morillo.
Já há muito que não ia ao teatro, por razões de ordem vária, a que não era alheia a minha falta de ouvido. Em castelhano ainda por cima, não vos digo nada!
Fiquei com dores de cabeça pelo esforço maluco de tentar apanhar qualquer coisa que me desse o fio da meada.
A peça não me pareceu nada do outro mundo, com uma encenação abaixo de sofrível, uma interpretação a dar no bom, por parte dos dois protagonistas do mesmo personagem. O ritmo não foi mau inicialmente para decair no final, o texto é capaz de ter sido aceitável, para quem entendeu. Ouvi muita gente rir, o que faz bem à saúde. Confesso que, do pouco que ouvi direitinho, não pareceu nada de especial, apesar da boa presença dos actores em palco e da sua grande expressividade.
A história bem urdida à volta dos sonhos e pesadelos dum sortudo a quem havia saído o jack pot do Euromilhões.
Perdi-me muitas vezes no embrulho da linguagem, enquanto divagava sobre as minhas próprias conjecturas, no caso de ter sido a mim que tal ocorrera.
Que loucuras intentaria?
Nunca coloquei a questão de me poder sentir mais feliz do que sou agora, mas calculo que algumas das preocupações que hoje me atazanam eram capazes de se escapulir.
Já me tenho perguntado qual será o preço de não ter que reflectir sobre aquilo que se pensa e se diz. Um amigo meu dizia que medo, tinha ele de pensar, não de o expressar dizendo.
Voltando ao teatro e à peça, de uma ocorrência ímpar não foi conseguida uma resolução teatral do mesmo quilate.
Mas foi bom ir ao teatro. Foi bom sentir o frenesi do palco e do fazer de conta.
No final, ficou-me uma das alusões de loucura do felizardo (mais ou menos assim) – “quiero ser Papa de Roma, para poder decir todas las tonterias, todo en nombre de Dios “

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

tamb�m fui ontem ver o incorrupt�vel. igualmente dois espanh�is, uma mesa, duas cadeiras.

Texto portugu�s, de Helder Costa, sobre tema interessante: um pol�tico de nome Honesto - t�o honesto que ningu�m se atreve a tentar corromp�-lo.
o que lhe causa muito s�rios problemas psicol�gicos.

semelhante � noite anterior: momentos interessantes mas muitas cenas para fazer durar o tempo de representa�o.
Nada melhor do que o anterior.

esta noite devo ir ver O Bando, escrito por Nat�lia Correia.
Pode estar a� a salva�o da temporada

abra�o

9/12/07 15:57  

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