sábado, outubro 27, 2007

Hidrogénio, meu amor

Com o petróleo a atingir, não tarda, os 100 dólares o barril, vão definitivamente avançar as formas de energia renovável – solar, eólica, biomassa e também terão um empurrão as tecnologias de produção de outras formas de energia não poluentes, baseadas nas células combustíveis (Células de hidrogénio).
Já no início do século dezanove era conhecida a dissociação da água em oxigénio e hidrogénio, provocada por uma corrente eléctrica.
O processo inverso só mais tarde, ainda no mesmo século, foi conseguido, através da chamada pilha a gás ou mais modernamente designada célula combustível (Fuel cell). Esta, funciona como pilha, em que pelo ânodo de carbono revestido dum catalisador poroso (platina) é fornecido hidrogénio e pelo cátodo oxigénio. No meio um electrólito líquido ou membrana de polímero.
Grosso modo, da reacção entre o hidrogénio e oxigénio resulta energia eléctrica, a aproveitar, e um resíduo constituído por vapor de água, inofensivo em termos ambientais.
Neste momento, já há carros movidos por este tipo de energia com preços elevados, sobretudo, devido ao custo do catalisador. Também foram utilizadas células destas em missões espaciais, pela NASA.
Experiências com outros metais menos nobres parece terem tido algum êxito (titânio e níquel), o que permitirá encarar com algum optimismo a generalização do seu uso na construção das células, baixando-lhes o custo drasticamente.
Outras questões se colocam. Como armazenar de forma segura o hidrogénio, altamente combustível e como garantir o seu abastecimento de forma generalizada. O que acontecerá em caso de colisão entre veículos com este tipo de gás armazenado.
Soluções mistas derivadas deste conceito de célula combustível, usando gases menos perigosos, como o metano, para produzir o hidrogénio necessário ao funcionamento da célula, estão a ser desenvolvidas. Neste caso, existem emissões indesejadas de gases poluentes carbonados, embora de menor impacto ambiental.
Haverá ainda um longo caminho a percorrer até que os automóveis de série sejam dotados deste novo modo de propulsão, mas não demorará tanto que os nossos filhos e o ambiente não possam deles beneficiar.
Isto tudo o devemos à guerra entre americanos e árabes, que elevou o preço do crude a valores que compensaram o investimento em energias alternativas.
Os meus netos agradecem.

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